Coloquei estrelas em minhas mãos; Senti um brilho intenso me bronzear... Pousei-as de volta, uma em cada lugar; E todas elas se refletiram no coração...
Como gotas prateadas iluminaram; Meus sonhos que estavam a passear... Segui cada um deles pelo meu olhar; E com belos sorrisos me brindaram...
Formaram um arco-íris de flores; Imitando do tradicional as cores... E inspiraram na alma só paixão!
Agora onde quer que eu for... Me acompanhará cada cor; Como que nuvens de ilusão...
Numa quadra qualquer de um lado perdido; Que pulsa no meu coração qual um mapa... Ora contrai-se e em outras apenas dilata; Mostrando os lados meio que obscurecidos...
Na rua cheia de recortes e de desvãos; Que se perdem sutilmente no belo luar... Fazendo minh'alma sem querer cantar; Com muito receio sua grande emoção...
Vou teclando calçadas qual um piano; Criando na mente um sem fim de planos... Que me levem a achar meu amor perdido;
E nas curvas da vida vou me procurando... Marcando compassos e aos céus cantando; Tentando achar você que me dá sentido...
Sinto muito diz a vida ao pregar peças; Fazendo-me sentir um barco a deriva... Quando cheia de sonhos me sinto viva; E então para o caos ela me arremessa...
Viro quebra-cabeças todo desmontado; Cercada por águas só de inverdades... Cerceada na minha fugidia liberdade; Fustigada pelo brilho lunar prateado...
Surge então do nada uma enorme mão; Que peça a peça monta com compaixão... Me restituindo na alma toda esperança;
Então meus sonhos de novo florescem... Sou todas as primaveras que crescem; E tristezas e mágoas para longe lança...