Se algumas palavras nos beijam,
talvez nossas bocas entendam o que eu digo
na voz das mensagens distantes ou eminentes,
na espera ofegante das nossas ausências,
no encontro aguardado pra dizer novamente,
na exaustiva agonia dos olhares pendentes.
Quisera palavras ardentes tornadas em beijos,
quisera seus sons fossem lábios tocando na gente,
desejo e segredos convertidos para sempre,
nos versos benditos e canções sorridentes,
quisera te amar simplesmente nas palavras que penso,
caladas, mas vivas, num só pensamento.
Quem sabe beijasse agora teus lábios escondidos,
quem sabe falasse bem mais toda vez que eu penso,
quem sabe jamais nos calasse as razões, os motivos,
quem sabe ouvisse os estalos no olhar proibido,
e todos os beijos perdidos encontrassem o abrigo,
dormissem na flor dos teus lábios comprimidos comigo.
Olindo Santana

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