MARÉ
Joyce Sameitat


O amor que me refresca a pele;
Faz birra para em mim não entrar...
Pois sente que pode até sufocar;
Por aqueles que ao bem repele...

O mundo está com força mudando;
Esquecendo-se de toda honestidade...
E então é a tristeza que me invade;
Meu coração a segue só chorando...

No saudosismo vou sem querer afogando;
Meu passado que não era lá muito perfeito...
Mas que acreditava no futuro ter um jeito;

Porém tudo está em muito só piorando...
Ficando cada vez mais e mais imperfeito;
E contra a maré ainda tento ir remando...


Novembro 2014

FEITO SONHO
Joyce Sameitat


Amor que queima e não dá uma trégua;
Já que seu objeto é deveras intocável...
Misto de realidade com algo insondável;
Que nada o mede, nem sequer uma régua...

Cala bem fundo... E a tudo devasta!
Só descortina o amado bem de longe...
E mesmo que grite ele não reponde;
Cercado que está de luzes e fumaça...

É como miragem que não se alcança;
Mas que enche os olhos de esperança...
Enquanto o coração de leve naufraga;

E eu vou atrás desta ilusão correndo...
Por mais que esteja por dentro sofrendo;
Mas feita de sonhos, não há o que a traga...


SP - Dezembro 2014