
O material foi distribuído para professores que participaram de um fórum sobre ensino religioso
por Leiliane Roberta Lopes
Cartilhas católicas distribuídas a professores da rede estadual durante o X Fórum de Ensino Religioso foram recolhidas pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ) por determinação do Ministério Público.
O órgão entendeu que o material religioso é homofóbico e machista depois de receber uma denúncia do o grupo de pesquisa da diversidade Ilè Obà Òyó, do programa de pós-graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O material desenvolvido pela fundação católica Jérôme Lejeune e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) trata de pontos como a teoria de gênero tentando mostrar que o gênero (masculino ou feminino) não é autodeterminado.
“A teoria de gênero subestima a realidade biológica do ser humano”, diz trecho do material intitulado de “Chaves para a bioética”. Na visão da Igreja Católica, a teoria de gênero “supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual, opondo-a à natureza”.
O material traz textos e ilustrações que contradizem esta e outras teorias que já estão sendo disseminadas nas salas de aula em todo o Brasil. As ilustrações chegam a ironizar o que os progressistas chamam de orientação sexual além de mostrar que não é possível decidir se transformar em homem ou mulher.
Mas para o Ministério Público o material é “discriminatório” e ainda recebeu um carimbo negativo por estar vinculado a uma religião. O recolhimento das cartilhas foi feito pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital que falou sobre a necessidade de “neutralizar qualquer conteúdo eminentemente religioso nas cartilhas (em especial a fim de repudiar o conteúdo descrito como ‘Teoria do gênero’)”.
A professora da UERJ que denunciou o material afirma que ele fere a laicidade do Estado. Stela Caputo é coordenador do grupo de pesquisa Ilè Obà Òyó (ligado às religiões afro) e por isso condenou o material produzido pelos católicos.
“O manual é conservador, machista, homofóbico e transfóbico. Condena, entre outras coisas, a adoção de crianças por casais homossexuais e debocha perversamente das diferentes orientações sexuais humanas, ridicularizando a teoria de gênero. O mais importante é continuar a luta por uma educação impregnada pelos direitos humanos no cotidiano das escolas”, disse.
Ao saber da decisão do MP, Stela comemorou mesmo sabendo que o material não foi distribuído para os alunos, mas para os 100 professores que participaram do X Fórum de Ensino Religioso, como informou a Seeduc-RJ.
Mas para Stela o material deve ter chegado às escolas sim, e por isso ela resolveu denunciar. “Havia cerca de 100 professores presentes no fórum. Ou seja, são 100 professores levando o manual para suas escolas. Fora os que estiveram na igreja para recolher. Então, é óbvio que o manual chegou às escolas, seja através dos professores presentes, seja através dos que estiveram na igreja por orientação do próprio fórum.”
Uma das primeiras conseqüências de beijar os filhos na boca, já nos primeiros dias de vida, é a transmissão de bactérias as quais os bebês ainda não possuem defesas. Segundo o presidente da Associação Odonto-criança, Daniel Korytnicki, que concorda com a citação do infectologista Milton Lapchik, além da cárie, “o estalinho pode transmitir algumas doenças, como herpes simples, micoses e outras infecções causadas por vírus”, as quais muitas vezes ficam imperceptíveis na pele, mas que geram indisposição física, sendo necessária a intervenção medicamentosa.
A pedagoga Jane R. Barreto, ressalta que a criança imita os adultos, tanto os familiares, como os vistos em programas televisivos e filmes. Porém a representação desses papéis adultos, não significa que a criança esteja pronta para a compreensão global do que certas atitudes que imitam, representam, pois permanecem na inocência característica da infância. Nesta situação, dramatizar o que viu, cantar e dançar músicas com cunho erótico para o adulto não possui a mesma conotação para as crianças, mas as expõe. A criança, por se estruturar através da fantasia mediada pela realidade, vive no faz de conta a concepção de um amor dentro do conhecimento que possui do amor de seus pais: príncipes e princesas que desejaram estar juntos e serão felizes para sempre. Mesmo famílias que possuem desentendimentos constantes em frente a criança, pelo infante não conhecer outra realidade, acaba por considerar que esta forma de relacionamento é a normal. A autora ainda ressalta que “Adultos não devem beijar crianças na boca, se alimentar na mesma colher, assoprar a comida, ou ainda recolher a chupeta, quando a mesma cair no chão, levando-a à boca, para “tirar as bactérias”, e depois colocar na boca da criança, evitando assim a transmissão de Hpilori, carie, herpes, sapinhos, entre outros… eles ainda estão criando imunidade, não tem a defesa orgânica que os adultos têm. Além da questão saúde, devem permanecer atento ao comportamento, pois se os infantes julgarem que esse costume familiar é natural, repetirão com todos adultos que tiverem contato. Neste sentido o diálogo com seus filhos se torna fundamental, esclarecendo que essa atitude só deverá ocorrer no seio familiar, pois, com a ingenuidade natural da criança, pode acontecer dela entender que, uma vez que seus pais a beijam na boca, pode repetir o gesto com outros de seu vínculo.”.
Giselle Castro Fernandes também ressalta que criança não beija na boca e não namora. Criança tem amiguinhos mais chegados ou não. Nas escolas, presenciam-se alguns coleguinhas andar de mãos dadas dizendo-se namoradinhos, ou como relatou uma mãe de uma criança de 3 anos: “Minha filha está preocupada com quem vai se casar, pois um amiguinho casará com uma de suas amigas, o outro com outra e assim consecutivamente.”. Situações como essas, além de gerar ciúmes, provocam também uma preocupação inadequada para a idade, privam a criança da infância, sem nenhuma razão! O trabalho dentro do espaço escolar de esclarecer a educadores e pais sobre este aspecto é fundamental.
Para os pais, o namoro infantil pode ser interpretado como uma brincadeira, mas é preciso que se alerte quanto às consequências disso. Uma criança de dois ou três aninhos, acostumada a dar o “selinho” em seus pais, a tomar banho junto com o sexo oposto adulto ou a dormir na cama do casal, dependendo de como o adulto brinca ou sente essa situação, poderá desenvolver a erotização precoce de algumas áreas de seu corpo e este fator pode novamente privá-la da inocência da infância. Assim, casos esses comportamentos sejam rotinas dentro da família, precisam ser conversados e orientados dentro do entendimento de cada fase, lembrando sempre que a criança possui uma compreensão relacionada ao corpo bem diferente do adulto. Valdeci Rodrigues questiona: “Numa época em que a pedofilia precisa ter um amplo combate, como ficam a cabeça desses garotos e garotas que escutam na própria escola que para fugir do baixo astral é melhor “beijar na boca”?”. Essa reflexão é primordial para a educação infantil para pais e educadores.
Giselle Castro Fernandes continua sua reflexão alertando que “Na família existe o papel do pai e da mãe – que, juntos, formam um casal que dorme junto, que beija na boca! O papel dos filhos é outro. São crianças, e criança não beija na boca, não dorme na cama dos pais, etc. Trata-se de demarcar esses limites de maneira bem clara. Do contrário, fica difícil definir o papel do adulto e da criança. Para ela, criança, dar o “selinho” é o mesmo que namorar.”. Enfatiza ainda que “Filhinho (a) não é namorado e, portanto, não beija igual. Beija no rosto, abraça, acaricia, mas nada que se confunda com o carinho ou com o amor do adulto, do casal. Há uma preocupação muito grande (e justa) dos pais, de se atualizarem, de não se distanciarem de seus filhos, mas isso pode e deve ser feito, sem que se abra mão de seu papel, o papel de pai e de mãe, aqueles que representam o porto seguro aos filhos, aqueles que são “adultos”, que orientam, seguram a barra e que deixam muito bem definida a posição de criança e de adulto na família. Pode se ter a certeza de que os filhos, no futuro, agradecerão muito a seus pais que não abriram mão do papel com a função paterna – no sentido literal de força, de limite e da função materna – de cuidado, proteção. Amor entre adultos é diferente do amor pelas crianças, pelos filhos. Portanto, o beijo é também diferente e nem por isso menos carinhoso!”. Se incentivarmos a infância de nossos pequenos, eles irão amadurecer no tempo certo, não precisamos acelerar nada. Dentro desta linha de pensamento, a conseqüência de beijar o filho na boca propicia uma confusão de papéis, sendo esta desnecessária ao aprendizado infantil.
Como a concepção do adulto o beijar na boca esta relacionado a sexualidade, vale ressaltar as colocações de Lulie Macedo que cita que “Desde que o mundo é mundo, as crianças não brincam de médico à toa: a aventura do descobrimento começa já nos primeiros meses, quando o bebê experimenta o prazer de explorar o próprio corpo, e se acentua nos anos seguintes, quando sua atenção se volta para o corpo dos pais e de outras crianças.”. Esse descobrimento corporal é natural do ser humano e deve ser compreendido dentro desta lógica. Assim, tocar no próprio corpo faz parte da tarefa de entender o mundo e a autora acima complementa que “o prazer em manipular os órgãos sexuais é uma das primeiras descobertas.”. “Ela não sabe o que é certo ou errado, quais são os códigos sociais, a diferença entre o público e o privado. Cabe aos pais e educadores ensinar que ali não é lugar para isso.”, afirma Maria Cecília. Desta forma a criança entenderá o sentido de privacidade e respeito ao próprio corpo, bem como ao corpo das demais pessoas.
Essa autora também cita que “O problema não está na exploração sexual do próprio corpo ou nas brincadeiras entre crianças da mesma idade. Prejudicial é a repressão do adulto a essas atitudes, quando ele grita, proíbe, bate ou põe de castigo. Fazendo isso ele transmite a noção de que aquilo é errado, quando na verdade essas atitudes são tão naturais quanto aprender a andar, falar, brincar”, afirma Maria Cecília Pereira da Silva, psicanalista e membro da ONG Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual. – “Sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. Ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico. O “exibicionismo” infantil faz parte da fase de exploração dos corpos. Como um brinquedo novo, a criança quer mostrar aos outros, o que já descobriu. Quanto à menina que adora levantar a roupa e mostrar o bumbum, por exemplo, pode estar imitando algo que viu na TV. Em qualquer situação, cabe aos adultos começar a ensinar a noção de intimidade.”.
O trabalho educacional desenvolvido para a Educação Infantil neste assunto é permeado de observação e reflexão. Ao demonstrar e questionar a criança a respeito da conseqüência de constantemente tocar nos olhos, ouvidos, colocar a mão na boca, no nariz, em suma, questioná-la sobre a conseqüência de explorar o corpo e relacionar essa conseqüência ao toque dos órgãos genitais, a faz compreender que tocar demasiadamente ou sem as mãos estarem limpar, pode gerar ardência dos locais tocados. Ressaltar o uso de peças íntimas (calcinhas e cuecas) para proteger o “fazedor de xixi” e o “fazedor de coco”, é primordial para esse aprendizado, bem como também explicar que o momento de banho, é um momento privado. Desta forma, a criança compreenderá a restrição quanto a onde se tocar e não quanto a se tocar.
Dois outros aspectos importantes é saber: até quando os adultos podem ficar nus em frente aos filhos, sendo recomendado que se esta situação é vista com naturalidade, só por volta dos 7 ou 8 anos, as crianças solicitam a própria privacidade e esta deve ser respeitada. Outro aspecto é relacionado ao fato do imprevisto de a criança visualizar o ato sexual, sendo importante conversar a respeito, mesmo que ela não pergunte ou não queria voltar a esse assunto. Lembre-se que se esta situação ocorreu, o descuido foi dos pais e estes devem-se se preparar para que esta conversa não gere culpa no infante, nem jamais culpá-lo. Se ocorrer dificuldade frente a esse assunto, é imprescindível buscar auxílio profissional, prevenindo fantasias desconfortáveis a esse respeito primordial na formação do ser humano.
Assim, evidencia-se algumas conseqüências de beijar os filhos(as) na boca, ressaltando que se o filho for respeitado em seu desenvolvimento, terá uma infância saudável e feliz.
Um bebê de menos de 24 dias morreu após contrair o vírus da herpes ainda no hospital. A pequena Eloisa Lampton nasceu no dia 1 de novembro, em Queensland, na Austrália, e morreu na semana passada, no Hospital Brisbane's Mater. Segundo o Daily Mail, os médicos acreditam que a recém-nascida tenha sido infectada ainda no hospital, através de um beijo dado por alguém que estava com afta.
Eloisa começou a perder peso após alguns dias em casa e precisou voltar a ser internada. Para tentar descobrir o que causava a perda de peso, a equipe médica a sedou e conectou a um aparelho que ficou responsável por bombear o sangue. "Nós visitávamos ela todos os dias e era devastador vê-la daquele jeito. Ela estava completamente sedada, mas nós a tocávamos e ela tentava segurar a nossa mão", disse Sarah Pugh, mãe do bebê, ao Daily Mail.
Após dois dias de investigação, a família foi informada que a doença era causada pelo vírus da herpes. "Eu fiquei chocada. Foi horrível saber que ela nasceu saudável e aí isso tudo aconteceu. Os médicos acreditavam que eu poderia ter transmitido a doença, mas os exames deram negativo. O vírus foi transmitido através de uma afta. É preciso ter contato - através de beijo ou toque. Nós não recebemos visitas no hospital. Qualquer um pode ter transmitido", contou Sarah, que tem mais três filhos com o marido.
Apesar da torcida para que Eloisa se recuperasse, a pequena pegou uma infecção hospitalar e os médicos informaram que não poderiam fazer mais nada. "Ela teve uma grande lesão no cérebro, os órgãos estavam parados e eles não tinham certeza se ela conseguiria se recuperar. Ela lutou muito até o fim. Em uma semana, nos disseram cinco vezes que ela ia morrer. E ela sobreviveu todas as vezes. Ela desafiou as estatísticas. Ela lutou muito", afirmou a mãe, que conseguiu amamentar a caçula pela última vez.
"Eles retiraram os aparelhos dela e consegui amamentá-la até que ela morresse. Foi lindo amamentá-la nesse momento", recordou Sarah, que espera que outros pais fiquem mais atentos sobre o vírus da herpes e como ele pode infectar bebês recém-nascidos. "Às vezes você nem sabe que está com uma afta. Você nunca sabe o que pode acontecer. E não são só as aftas. Qualquer vírus pode fazer isso com um bebê", alertou.