Discussão: Loiva ferreira

Loiva ferreira



A cada saudade!
Cida Luz

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A cada saudade
Absorvo o teu ar melindroso que
desperta-me calor e desejos
desobedientes!

Consegues fazer-me nula de
razões que só abraçam as emoções
de te amar!

Em delírio suave de paixão, sinto
os carinhos que pouco se aquietam
no coração e soluçam por ti,
por teu corpo, tua boca!

E eu quero soltar-me nesse chamego
de amor que faz folia em meu
peito! Esse amor tão meu e que sem
esforço vou largando em ti,
em tua vida a cada pensamento e
apaixonadamente,
a cada saudade!







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“Nem o perfume dos cravos,

Nem a cor das violetas,

Nem o brilho das estrelas,

Nem o sonhar dos poetas,


Pode igualar a beleza

Da primorosa flor,

Que abre na tua boca

O teu riso encantador.”


Florbela Espanca





A elegância.

Martha Medeiros

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A elegância do comportamento

- jeito de ser.

A elegância está nas pessoas

que escutam mais do que falam.

Elegante é quem demonstra interesse

por assuntos que desconhece.

É elegante não mudar seu estilo

apenas para se adaptar ao de outro.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias, e nariz empinado não

substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém

a ter uma visão generosa do mundo,

a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza

natural através da observação,

mas tentar imitá-la é improdutivo.

Se os amigos não merecem uma

certa cordialidade, os inimigos é que

não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.






É fácil trocar as palavras

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É fácil trocar as palavras,

Difícil é interpretar os silêncios!

É fácil caminhar lado a lado,

Difícil é saber como se encontrar!

É fácil beijar o rosto,

Difícil é chegar ao coração!

É fácil apertar as mãos,

Difícil é reter o calor!

É fácil sentir o amor,

Difícil é conter sua torrente!


Como é por dentro outra pessoa?

Quem é que o saberá sonhar?

A alma de outrem é outro universo

Com que não há comunicação possível,

Com que não há verdadeiro entendimento.


Nada sabemos da alma

Senão da nossa;

As dos outros são olhares,

São gestos, são palavras,

Com a suposição

De qualquer semelhança no fundo.



Fernando Pessoa





Quero

Carlos Drummond de Andrade

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Quero que todos os dias do ano

todos os dias da vida

de meia em meia hora

de 5 em 5 minutos

me digas: Eu te amo.


Ouvindo-te dizer: Eu te amo,

creio, no momento, que sou amado.

No momento anterior

e no seguinte,

como sabê-lo?


Quero que me repitas até a exaustão

que me amas que me amas que me amas.

Do contrário evapora-se a amação

pois ao não dizer: Eu te amo,

desmentes

apagas

teu amor por mim.


Exijo de ti o perene comunicado.

Não exijo senão isto,

isto sempre, isto cada vez mais.

Quero ser amado por e em tua palavra

nem sei de outra maneira a não ser esta

de reconhecer o dom amoroso,

a perfeita maneira de saber-se amado:


amor na raiz da palavra

e na sua emissão,

amor

saltando da língua nacional,

amor

feito som

vibração espacial.


No momento em que não me dizes:

Eu te amo,

inexoravelmente sei

que deixaste de amar-me,

que nunca me amastes antes.


Se não me disseres urgente repetido

Eu te amoamoamoamoamo,

verdade fulminante que acabas de desentranhar,

eu me precipito no caos,

essa coleção de objetos de não-amor.




A Porta

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Eu sou feita de madeira

Madeira, matéria morta

Mas não há coisa no mundo

Mais viva do que uma porta.


Eu abro devagarinho

Pra passar o menininho

Eu abro bem com cuidado

Pra passar o namorado

Eu abro bem prazenteira

Pra passar a cozinheira

Eu abro de supetão

Pra passar o capitão.


Só não abro pra essa gente

Que diz (a mim bem me importa...)

Que se uma pessoa é burra

É burra como uma porta.


Eu sou muito inteligente!


Eu fecho a frente da casa

Fecho a frente do quartel

Fecho tudo nesse mundo

Só vivo aberta no céu!


Vinícius de Moraes (1913-1980)




Cantiga

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Nós somos como perfume

da flor que não tinha vindo:

esperança do silêncio,

quando o mundo está dormindo...


Pareceu

que houve o perfume...

e a flor,

sem vir,

se acabou...


Oh!

abelha imaginativa!

o que

o desejo inventou...


Um poema de

Cecília Meireles






Descubra o amor

Mahatma Gandhi

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Pegue um sorriso

e doe-o a quem jamais o teve...


Pegue um raio de sol

e faça-o voar lá onde reina a noite...


Pegue uma lágrima

e ponha no rosto de quem jamais chorou...


Pegue a coragem

e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar...


Descubra a vida

e narre-a a quem não sabe entendê-la...


Pegue a esperança

e viva na sua luz...


Pegue a bondade

e doe-a a quem não sabe doar...


Descubra o amor

e faça-o conhecer o mundo...






O anel de vidro

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Aquele pequenino anel que tu me deste,

-Ai de mim -era vidro e logo se quebrou...

Assim também o eterno amor que prometeste,

-Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.


Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,

Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, -

Aquele pequenino anel que tu me deste,

-Ai de mim -era vidro e logo se quebrou...


Não me turbou, porém, o despeito que investe

Gritando maldições contra aquilo que amou.

De ti conservo no peito a saudade celeste...

Como também guardei o pó que me ficou

Daquele pequenino anel que tu me deste?


Manuel Bandeira




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"Amar outro ser humano é talvez a tarefa mais difícil que a nós foi confiada, a tarefa definitiva, a prova e o teste finais; a obra para a qual todas as outras não passam de mera preparação".


Rainer Maria Rilke (1875-1926)





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