Quando à noite desfolho e trinco as rosas É como se prendesse entre os meus dentes Todo o luar das noites transparentes, Todo o fulgor das tardes luminosas, O vento bailador das primaveras, A doçura amarga dos poentes, E a exaltação de todas as esperas."
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim. A tua beleza aumenta quando estamos sós. E tão fundo intimamente a tua voz Segue o mais secreto bailar do meu sonho Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim.
Segue o teu destino, pássaro azul. E bem no alto baila em círculos para mim. Desejo sentir as emoções da liberdade no infinito azul, através de ti. Sei que palavras não compreendes, porém conheces o carinho de minhas mãos em tuas penas. Estendo os braços, enfrento o mar e mergulho baixo, para te encontrar. E a flor do tempo na magia, trouxe o dia. E o azul de ti, coloriu o azul de mim.
Hoje eu só queria Me cobrir com vestes florais, buscar água na fonte, Regar as margaridas de minha janela, conversar com elas Calçar os meus pés com palavras de paz Fazer um doce Escrever um poema.
Quero ver o sol atrás do muro Quero um refúgio que seja seguro Uma nuvem branca sem pó nem fumaça Quero um mundo feito sem porta ou vidraça Quero uma estrada que leve à verdade Quero a floresta em lugar da cidade Uma estrela pura de ar respirável Quero um lago limpo de água potável Quero voar de mãos dadas com você Ganhar o espaço em bolhas de sabão Escorregar pelas cachoeiras Pintar o mundo de arco-íris Quero rodar nas asas do girassol Fazer cristais com gotas de orvalho Cobrir de flores os campos de aço Beijar de leve a face da lua
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.
É para ti este poema, amor... Leve, leve.. É feito de algodão doce E orvalho de sorvete, Breve, breve... Penugem de avezinha Em desmame de ninho quente... Sente, sente... Leva um arco-íris pintado Em bolinhas de sabão, Lento, lento... E a aragem que força Abre-se em alas de emoção, No vento... Coloco-o na minha mão, Mando um sorriso soprar E lá vai ele, a voar... ...Será que sabe a direcção?...
Vou pintar os lírios nos campos tingir de cores vibrantes para quando o sol surgir em mim, refletir em raios coloridos e propagar-se para todas as flores... em campos e jardins floridos. Vou pintar os lírios nos campos antes do entardecer para quando o sol se por na lua refletir tão colorido amor...