Discussão: ➙ Pαlαvrαs Soltαs - Clαrıssα Corrêα

➙ Pαlαvrαs Soltαs - Clαrıssα Corrêα


Cнαrмαιɴe Grey Devereaux ( Administrador )

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É gaúcha e libriana, com ascendente em Peixes e Lua em Leão (apesar de não saber bem se isso significa alguma coisa). É escritora e redatora publicitária, já tendo trabalhado em diversas agências de Porto Alegre, atendendo a grandes marcas de grandes clientes. É autora dos livros Um pouco do resto, O amor é poá, Para todos os amores errados e Um pouco além do resto. Já foi colunista do site da Revista Tpm, do Vila Mulher e do Donna.


editado por: dono da comunidade


Cнαrмαιɴe Grey Devereaux ( Administrador )

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Cнαrмαιɴe Grey Devereaux ( Administrador )

Gosto de quem sorri ao ver uma criança, de quem mantém seu lado puro, de quem entende que a vida é melhor quando a gente obrserva o que acontece com olhos inocentes.

(Clarissa Corrêa)


Não gosto de quem fala pelas costas, tenta dar o golpe, passar a perna ou esconder o jogo. Não gosto de quem trai a si mesmo e ao outro, distribui promessas rasgadas, espalha mentiras. Não gosto de quem força amizade, vive de aparências ou reage com grosseria.

(Clarissa Corrêa)


Gosto de quem olho com doçura, nunca perde o encanto, esquece as desavenças e perdoa o que passou. Gosto de quem se arrepia com uma música e sente uma lágrima rolar com um filme.

(Clarissa Corrêa)


Gosto de quem se molha na chuva, suja a bochecha de melancia, deita na grama pra olhar o céu. Gosto de quem não esconde a emoção, de quem não se importa em secar a lágrima, de quem perde a hora vendo a paisagem.

(Clarissa Corrêa)


Gosto de quem mostra o rosto suado, as mãos sujas, o verbo esparramado, os pés descalços. Gosto de quem não tem medo do não, de quem perde o controle, de quem esquece a razão.

(Clarissa Corrêa)








Cнαrмαιɴe Grey Devereaux ( Administrador )

Sou uma mulher de gostos e versos. Um pouco ladra, eu diria. Roubo histórias, bordo palavras, costuro sonhos, desato pensamentos. Coisas de quem escreve, encare assim. Quem fica ao meu redor tem que entender que, vez em sempre, algo será tomado para e por mim, sem dó. Me aproprio indevidamente de vidas e falas. Não leve a mal se por ventura algum dia o seu sossego for passear junto comigo. E se por acaso a insônia se tornar a sua melhor amiga, admita que eu venci. Gosto de esfregar na cara do suposto adversário as minhas vitórias. Em certas ocasiões o mais digno é engolir tudo elegantemente.

(Clarissa Corrêa)


Lembro de já ter ficado triste por te deixar triste. Lembro de me sentir mal com isso. Lembro dos momentos em que a gente foi bobo e feliz. Lembro que sou feliz a maior parte do tempo, pelo simples fato de você existir em mim. Lembro de descobrir que um sentimento não serve para ser dito, como coisa que fica bem em filme ou texto, ele tem que ser vivido de forma plena. Lembro de não conseguir me permitir sentir tanta felicidade assim. Lembro da tua mão, que sempre acha a minha. Lembro dos teus dedos, que sempre me fazem carinho. Lembro da tua boca, que sempre me acalma. Lembro do teu rosto de menino, que me olha como se ainda fosse aquela primeira vez. Lembro de cada coisa que descubro, manias, gestos, pensamentos.

(Clarissa Corrêa)


O amor não é uma desculpa. Você não pode justificar o ciúme com o amor. Sinto ciúme de você porque te amo demais. Eu já disse isso, mas hoje vejo diferente. Se eu amo demais, o problema é meu. Dizer que ama e quantificar o amor só serve para quem sente. Se eu tenho o maior amor do mundo, o mais puro e o que mais me faz feliz o problema é exclusivamente meu. Sabe por quê? Não importa o amor que eu sinto, não para o outro. Para o outro importa como eu demonstro, me comporto e vivo esse amor. O que adianta eu dizer que o meu amor é o mais puro de todos se eu não mostro isso? O amor não é uma palavra bonita. O maior problema do mundo, hoje, é esse. As pessoas acham que falar basta. Não, falar não basta. O amor não tem que ser dito, ele precisa ser sentido, senão ele não sobrevive.

(Clarissa Corrêa)


Adoro flores, apesar de saber que elas têm um ciclo: agradam, alegram, embelezam, murcham, morrem, são jogadas fora. Mantêm o ambiente bonito por pouco tempo. E nós, perecíveis? Apesar do esforço botoxal, sei não. Somos perecíveis, apodrecemos com o tempo. Tenho pena - muita pena, friso bem - de gente que já nasceu podre. Sigo adorando flores do mesmo jeito que sigo adorando pessoas. Preciso aprender que certas pessoas não merecem destaque na nossa vida, em contrapartida as flores sempre merecerão o melhor lugar na nossa varanda.

(Clarissa Corrêa)


Eu gosto de errar. Sinto o cheiro e gosto dos meus erros e simpatizo com eles. O certinho me causa desconfiança. Antipatizo com o correto. Prefiro a minha infelicidade com flashes de felicidade momentânea... Esperar não é para mim. Produzo teorias que não servirão para nada. Invento palavras que não existem, faço meu próprio dicionário. Crio definições que só eu uso e, ainda por cima, me mato de rir. Prefiro a minha insanidade com flashes de sanidade instantânea... O que presta é o que me interessa. O que eu quero, agarro. O que eu desejo, abraço. O que eu sonho, desenho. O que eu imagino, escrevo. O que eu sinto, escondo. A perfeição está no meu humor. Está na minha emoção. Está nas minhas linhas tortas e devaneios tolos. Nem sempre minhas ações condizem com as minhas palavras. Me conheça. Me decifre. Me ame. Me devore.

(Clarissa Corrêa)




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