Vênus nasceu adulta, bela, exuberante, como é o amor. Nasceu do sêmen de Urano (o Céu), caído na espuma do mar, ou numa concha de ostra, quando Urano afastava-se gritando de dor ao ser castrado por seu filho Saturno.
É que Gaia - a Terra - não suportava mais o terrível destino imposto por seu marido, o Céu, de devolver ao seu ventre cada filho que nascia. E nasceram muitos. Gaia, então, mergulhou dentro dela mesma e convocou os filhos para matar Urano. Apenas Saturno, seu filho caçula, ousou tamanha façanha.
Foi então retirado das trevas, do seio de Gaia e pela primeira vez vislumbrou o Céu. Refletiu: concluiu que estava diante de algo imortal, absolutamente perfeito. Refletiu mais uma vez e percebeu que a única maneira de cumprir com o que houvera prometido à sua mãe, era castrar Urano, a única possibilidade de aproximação que ele viu com seu pai. E assim foi feito. Urano retirou-se num grito de dor, seu sêmen caiu no mar e gerou o amor.
Logo Vênus não é filha do Céu e da Terra. Vênus a deusa do amor, da beleza, da ternura, da sensualidade, é filha das águas com o Céu. Do elemento água com o ar. E nada mais rarefeito do que o amor, o sentimento, a emoção, o prazer.
A competição e o conflito parecem ser ingredientes inseparáveis do amor, pelo menos o amor dos cinco sentidos relacionado a Vênus.
Conta o mito que, num tempo sem tempo, um grande casamento aconteceu no Olimpo, todos os deuses compareceram, apenas uma deusa, Éris, não foi convidada. Mesmo sem ser convidada, Éris chegou à festa, na hora exata quando todos os convidados sentavam-se a mesa para saborear o banquete dos deuses.
Nesse momento, Éris fez sua vingança pela desconsideração. Atirou uma maçã de ouro onde estava gravada a frase 'para a mais bela'. Logo as três mais belas deusas reivindicaram para si a maçã. As deusas Palas Athena, Juno e Vênus.
Para decidir tão grave impasse, apelaram para Júpiter. Ele recusou participar de tal disputa e indicou um mortal que sabia apreciar as mulheres bonitas. Então, o pastor , mortal e príncipe de Tróia, Páris, foi o escolhido. Cada uma das três deusas, ao se ver sozinha com seu juiz, tentou suborná-lo:
Juno ofereceu-lhe poder e riqueza.
Palas Athena prometeu-lhe vitória em todas as batalhas.
Vênus ofereceu-lhe a mais bela das mortais se este lhe concedesse a maçã de ouro.
Claro que Vênus foi a vencedora. Páris então exigiu o cumprimento da promessa e correu a raptar Helena, a esposa de Menelau, rei grego e considerada a mulher mais bela do mundo. Este ato deu início a guerra entre gregos e troianos que durou dez anos e terminou com a destruição de Tróia. Os acontecimentos gerados pela decisão de Páris foram imortalizados na Ilíada, Odisséia e Eneida, e nas tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípides.
Podemos tirar algumas boas conclusões desse Mito. Ele nos fala de nossos conflitos interiores: ser a mais sensual, a mais poderosa a mais inteligente, são elementos que pertencem a cada uma das deusas que disputaram a posse da maçã de ouro. Qual delas merece o título? Qual o seu conflito interior? A quem você vai determinar o direito de decidir? Alguém de fora? Ou você mesma buscará sua resposta? Como esse Mito lhe toca? Escreva sobre ele.
Vênus, na Astrologia, representa o prazer, a satisfação, a auto-estima. Quando não estamos satisfeitos, não atingimos um estado saudável de amor próprio,o que impossibilita que as outras pessoas também possam nos amar e respeitar. Vênus é o espelho da nossa própria alma: o que amamos e achamos bonito é o que há de mais belo e valioso em nós mesmos. Vênus é também o princípio da união e fertilização, já que o envolvimento e a entrega amorosa certamente resultam num processo de criatividade.