
Há duas semanas, uma nave de transporte havia pousado em Coruscant carregada de contêineres cheios de produtos alimentícios. Em um deles, entre as cenouras, havia um homem. Submergido, aprendera a sentir o movimento das cenouras e a, a partir suas vibrações, definir a movimentação da nave. Claro, com um pouco de ajuda da armadura que trajava, a qual era acopladíssima de microcomputadores.
Aquele homem passou algum de seu tempo vagando pela cidade de Coruscant, sem nenhuma atividade em peculiar. Entre bebidas e mulheres, continuava a se sentir um homem solitário, vazio: o passado o perseguia e lidar com todas as mudanças que uma vida de guerras provocava era difícil e, as vezes, impossível. Memoria de amigos falecidos, de inimigos derrotados; ainda que fossem advsersários, fazia-o pensar no que o mantinha vivo. Tentara de toda forma rastrear seus antigos tutores, sem sucesso. Apelava agora para um plano utópico, mas, infelizmente, o último que restara. Sem nada que o prendesse a vida, após ter ceifado tantas vítimas, perdido tantos amigos... e o pior, ter ceifado a vida de amigos, era o que lidava em sua mente, que vagava distante das politicagens do Senado que muito caetaneavam¹ mas pouco agiam. Sua praia era outra: aniquilar o inimigo com punhos de ferro... Ééé, quer dizer, com punhos de
beskar².
De tanto pensar, cansou-se. Jogado numa cadeira de bar na quina do mesmo, pensando apenas em como iria beber a
gal³ com aquele balde na cabeça que chamava de
mirshe'cabur [4].
Notas 1 - Caetanear: ''falar, falar e não dizer nada. (como fazia Caetano Veloso)'' - Pablo Lobão
2 -
beskar: Ferro mandaloriano, resiste a lightsabers.
3 -
gal: álcool.
4 -
mirshe'cabur: capacete.
