Ian:

Mandei uma mensagem confirmando minha presença a Matt e guardei o celular. Observei Andrew e ele estava sentado no chão com alguns brinquedos espalhados ao seu redor.

– O que você acha de sairmos agora? – Falei chamando a sua atenção.

Ele me olhou pensativo – Para onde?

– Vamos no meu trabalho e depois podemos ir comer o que você quiser – sugeri e ele sorriu.

– Eu quero um hamburguer bem grandão – abriu os braços, demonstrando - com batata frita e milkshake.

Ri de sua fala – Você não acha que é muito pequeno para comer um hamburguer desse tamanho?

– A mamãe disse que eu preciso comer bastante para ficar grande – deu de ombros.

Ajudei-o a fechar seu casaco e coloquei o tênis em seus pés – Acho que ela se referiu a legumes, Andy.

Ele fez uma careta – Eu não gosto de legumes, tio Ian.

– Posso te contar um segredo? – falei e ele me olhou curioso – Eu também não!

Ele gargalhou e estendeu os braços para pega-lo no colo. Saímos de seu quarto e fomos até a garagem. Nina havia saído, dissera que ia comprar um presente para aquela amiga loira que mora com eles. Prendi Andy na cadeirinha e fui para o banco do motorista. Hoje eu teria que fazer um ensaio para a John John, já havia adiado três vezes por conta das gravações, mas Henry não estava contente e exigiu que fosse hoje. Assim que chegamos ao Studio, ajudei Andy a sair e entramos no local. Paul e Matt já estavam lá conversando com a equipe.

– Bom dia – Saudei.

Os olhares se voltaram para mim e quando notaram Andrew ao meu lado, os olhos se arregalaram.

– Somerhalder, até que enfim – Henry falou – Achei que não teria um espaço na sua agenda para mim.

Eu ri – Sempre tenho para você, Henry.

– E quem é esse garotinho? – Perguntou, Andrew olhava para ele curioso.

– Eu já vi você! – Andrew falou, Henry o observou e me olhou chocado.

– Você é o garotinho que estava no parque, não? – Andrew assentiu – Não sabia que se conheciam, Somerhalder. Observando de perto, vocês dois se parecem muito – me olhou de canto.

– Ele é filho de uma amiga – dei de ombros tentando afastar o assunto. Se eu contasse a ele, Nina me mataria.

– Você poderia fazê-la reconsiderar a minha proposta, ele é muito bonito para ficar no anonimato.

– Quem sabe? – Levei Andrew até a mesa de comida e o deixei comendo alguns doces enquanto jogava em seu celular.

– Cadê a santa Dobrev? – Matt perguntou.

Sentei na cadeira para fazer a maquiagem para as fotos – Saiu.

– Como assim ‘’saiu’’?

– Ela foi comprar um presente para uma amiga ou alguma merda do tipo – revirei os olhos.

– Você chegou todo alegrinho – Paul falou – Transou com a gata, né?

Abri um sorrisinho de lado e eles me olharam chocados.

– Puta que pariu – Matt falou – Você é burro, cara?

– Quando a gente te incentivou, não era para levar a sério – Paul me repreendeu – Você já se esqueceu do contrato?

– Não, ele está bem intacto aqui na minha cabeça – sorri irônico – Mas o que eu poderia fazer? Ela estava muito gostosa...

– Ian, se o Marcus descobrir, você está fodido cara – Matt falou preocupado – Não deixa essa merda vir à tona logo agora.

– Não virá!

Eles continuaram falando, mas eu não estava mais prestando atenção na conversa deles. Minha atenção agora estava toda na mensagem safada que Nina me enviou. Nem acredito que transei com ela de novo. Já tive milhares na minha cama, mas ela sempre era única, não sei o que essa mulher tem que me faz querê-la a todo instante.

Bom, depende... Se você se comportar, quem sabe eu não deixo você me amarrar de novo essa noite?

Gemi ao ler essa mensagem, imaginando-a amarrada na minha cama enquanto beijava cada parte de seu corpo, porra.

Eu sempre me comporto, você sabe. Mas confesso que adoro esse seu jeito marrento. Vamos ver se vai continuar com essa marra quando eu te foder de quatro e fazer você gritar o meu nome.

Isso é uma ameaça?

Talvez...

Ansiosa para ver o que me espera, então...

Gargalhei com sua resposta e logo a maquiadora chegou. Enviei o meu endereço a ela e pedi para nos encontrar aqui. Odiava passar esse monte de coisas em meu rosto, me deixava melecado e me sentia esquisito com tanta porcaria na pele. Assim que terminou, arrumaram o meu cabelo e me entregaram as roupas que eu usaria. Observei Andrew e ele estava mostrando algo em seu celular a Paul enquanto gargalhavam.

– Vamos lá, Ian – A fotógrafa falou – Fica no centro e olhe diretamente para a câmera, quero o seu melhor sorriso.

Revirei os olhos e sorri para as câmeras. Adorava o meu trabalho, ele que me fez chegar até onde estou, mas às vezes me sentia cansado dessa merda toda. Paul me avisou que Nina havia mandado mensagem em meu celular avisando que chegou e ele estava com uma cara engraçada, provavelmente leu minhas mensagens com ela. Pedi para ir busca-la e quando ela apareceu, abriu um sorriso. Falei um oi sem emitir som e ela sorriu ainda mais. Continuei fotografando e logo fizemos uma pausa para comermos.

– Acho que nunca te vi tão concentrado assim antes – Ela falou quando eu sentei ao seu lado.

– Tirar foto é um saco – sussurrei e ela gargalhou.

– Bem, você que escolheu esse caminho, lide com isso agora, garanhão – Me repreendeu e eu olhei para seu rosto e percebi que ela falou brincando, mas havia sim um fundo de verdade em sua tentativa de piada. Me pegava pensando nisso todos os dias, se eu tivesse a escutado anos atrás, como minha vida seria agora? – Ei, eu estava brincando – Ela tocou meu rosto e fez um carinho, atraindo minha atenção a ela novamente.

– Eu sei – abri um sorriso de lado – Ainda estou pensando no que me disse, eu me comportei bem, não acha?

– Ian! – ela falou chocada e eu gargalhei – Não fala isso aqui, tem um monte de gente – corou.

– Para todos os efeitos, você é somente minha amiga, amigos contam piadas também – dei de ombros.

– Você não toma jeito, né? – Sorri e ela bateu no meu ombro – Eles se deram bem – Falou apontando para Paul e Andrew, eles ainda estavam jogando no celular.

– Paul gosta de crianças, o sonho dele é ser pai.

Ela assentiu e voltou a observa-los. A pausa acabou e eu voltei para a sessão de fotos e lá se foi mais três horas. Quando finalmente acabou, Nina estava sentada com Andrew em seu colo, ele parecia impaciente.

– O que foi? – Perguntei quando fui até eles.

– Eu estou com fome, tio Ian – falou emburrado.

– Vamos comprar o seu hamburguer, então – Falei e ele sorriu estendendo os braços.

O peguei no colo e senti uma mão em meu ombro e me virei, me deparando com Henry – Que surpresa a reencontrar, senhorita. Já reconsiderou a minha proposta?

Nina o olhou e sorriu sem jeito – Eu prezo pela nossa privacidade, a minha resposta ainda continua a mesma.

– Ian, me ajude aqui, cara – Henry disse brincando – Esse garotinho nasceu para modelar, sua beleza é incrível, diga isso a sua amiga.

Eu ri e Andrew deitou a cabeça em meu peito, estava meio sonolento – Eu também acho, Andy é muito bonito, o pai dele com certeza deve ser um cara lindo – Falei sugestivamente e ela me fuzilou com o olhar.

– Ora, o que é isso, Ian? – Henry me repreendeu – Olhe só para essa, moça. Você é linda, meu bem, seu rosto simétrico e seu corpo realmente agradam os olhos. Meu convite se estende a você também, se quiser.

Nina riu – Obrigada, eu acho. Mas eu realmente não nasci para isso, deixo essa parte para o Ian.

– Alice, venha aqui – Henry chamou a fotógrafa – Tire uma foto desses três, por favor.

Nina entrou em pânico e me olhou alarmada – Por que você quer uma foto?

– Bem, vocês três realmente são muito bonitos e seria um desperdício não ter ao menos uma foto de uma pessoa que recusou minha proposta incrível – Ele falou divertido.

– Nós vamos tirar uma foto e vamos comprar o seu hamburguer, tudo bem, carinha? – Falei a Andrew e ele assentiu.

– Não esquece das batatas fritas e milkshake, tio Ian – Ele adicionou e Alice, a fotógrafa, nos observava com atenção.

– Vamos tirar a foto? – Ela falou e nós assentimos. Fui para o lado da Nina e ela ainda estava sem jeito. Segurei Andrew em meu braço esquerdo e com o direito passei os braços ao redor dos ombros de Nina. Ela tirou as fotos e logo se retirou dali.

– Ainda estou chateado com a sua recusa, senhorita, mas saiba que vou deixa-la em aberto caso queira algum dia. Seria realmente um desperdício não o mostrar ao mundo – Henry falou e beijou sua mão.

– Obrigada, Henry.

Ele se despediu e nós saímos do Studio. Matt e Paul já haviam ido embora, precisavam acertar algumas coisas no contrato com uma nova marca que eu estava fazendo parceria. Entramos em meu carro e Andy já estava dormindo.

– Ele dormiu – comentei com Nina enquanto saíamos do estacionamento – E o hamburguer dele?

– Podemos pedir delivery – Ela sorriu e colocou a mão em minha nuca, acariciando meus cabelos. Minha mente vagou para as lembranças de quando namorávamos e ela fazia isso sempre que entrávamos no carro.

– Está pensando em quê? – Comentou me observando.

– Quero te fazer algumas perguntas.

Ela franziu o cenho – Sei exatamente sobre o quê você quer saber, mas ainda não me sinto pronta para abrir o jogo.

– Por que tanto mistério? – Perguntei confuso.

– Não é questão de mistério – suspirou – só... podemos mudar de assunto?

Assenti a meio contragosto e mudei de assunto. Sua recusa sobre isso só fez minha curiosidade aumentar cada vez mais. Assim que chegamos, peguei Andrew no colo e o levei até seu quarto, o coloquei na cama e desci para a sala, deitando no sofá.

Meu celular vibrou e eu o peguei vendo que havia chegado uma nova mensagem.

Estou perto da sua casa, chego em 15 minutos, xx.

Puta que pariu, essa mensagem não poderia chegar em pior hora.

Não estou em casa agora, estou indo para uma comemoração em família.

Sua família está em NY? Que ótimo, podemos marcar um almoço.

Nossa, que merda. Só estou me enrolando mais.

– O que foi? – Nina disse e se sentou em meu colo.

– Nada.

Só de passagem, vão embarcar amanhã mesmo. Depois nos falamos!

– Você está estranho, Ian – Nina disse e fez uma careta.

– Não é nada demais, só resolvendo algumas coisas do trabalho – sorri de lado e passei as mãos por suas pernas – Quero te beijar.

Ela suspirou e mordeu o lábio inferior enquanto me encarava.

– Então, beija! Está esperando o que?

Eu sorri e segurei em sua nuca, ela se aproximou e acabou com a distância das nossas bocas e me beijou. O fim do dia foi o melhor. Transamos na sala, no corredor ao caminho do banheiro e no chuveiro. Nunca vou me cansar do sexo com ela.

Nina:

Acordei com um barulho no quarto, abri os olhos lentamente e Ian estava colocando sua calça jeans.

– Bom dia – falei e ele virou-se para me olhar.

– Oi – disse e foi para dentro de seu closet.

Franzi o cenho observando-o – Para onde você está indo?

– Vou levar Andrew em um lugar agora, você se importa? – Levantei e vesti minha calcinha que estava jogada no chão, coloquei meu sutiã e fui até seu closet.

– Para onde vocês vão? – Perguntei e o abracei por trás.

– Um amigo meu é dono de uma loja de brinquedos famosa – ele virou-se e colocou as mãos em minha cintura – Ele reservou um horário para mim e vai fechar a loja para que eu possa levar o Andy para escolher alguns presentes sem que ninguém nos incomode.

Assenti e dei-lhe um selinho demorado – Tudo bem, acho que dou conta de ficar sozinha nessa casa enorme – brinquei.

– Posso te deixar bem entretida se quiser – ergueu a sobrancelha e eu o encarei confusa.

– Como assim?

– Sexo por mensagem – deu de ombros – até um nudes se você quiser. Nossa, eu adoraria um nude seu!

– Ian! – Ralhei e bati em sua cabeça.

– Você sabe, sempre curti essas coisas e se me lembro bem, você também. Aliás, o que você fez com aqueles vídeos de sexo que tínhamos? – corei.

– Vai acordar seu filho – desconversei e ele gargalhou.

– Estou falando sério, Nikolina – Beijou meu pescoço –