Sempre conservei uma aspa à esquerda

 e à direita de mim.

"Queria saber: depois que se é feliz o que acontece?

 O que vem depois?"

Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. 

Faça com que eu saiba ficar com o nada 

e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. 

Receba em teus braços o meu pecado de pensar.

Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, 

só meu coração bate.

Suponho que me entender não é uma questão 

de inteligência, e sim de sentir...

Sentia que "podia". Fora feita para "libertar". "Libertar" 

era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive

 apenas do que é possível fazer sentido. 

Eu não: quero é uma verdade inventada.

Vivo no quase, no nunca e no sempre. 

Quase, quase - e por um triz escapo. 

( A Cidade Sitiada)

Passei a minha vida tentando corrigir os erros

 que cometi na minha ânsia de acertar. 

Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro.

 Sou uma culpada inocente.

"Eu sou à esquerda de quem entra.

 E estremece em mim o mundo.
(...) Sou caleidoscópica: 

fascinam-me as minhas mutações faiscantes

 que aqui caleidoscopicamente registro.

Sou um coração batendo no mundo."