– Calma, amor – Chris disse – Me deixe ajeitar essa almofada nos seus pés.
Assim que saí do quarto de Ian, Kat me levou até a sala dos funcionários e eu pude ligar para Chris me ajudar. Meu tornozelo doía cada vez mais e estava muito roxo. Chris me buscou no hotel e me levou direto ao médico, pagando a consulta e me fazendo ter uma breve discussão com o moreno.
– Eu já disse que não quero, Nina – resmungou – por que você simplesmente não aceita?
– Eu não gosto que gaste o seu dinheiro comigo, Christopher. Sabe que não me sinto bem!
– Amor – suspirou – eu amo você e você sabe, sem querer soar metido, que dinheiro não é problema para mim. É uma questão de saúde e eu jamais deixaria você com o tornozelo desse jeito.
– Eu sei, Chris – me dei por vencida – obrigada por isso.
– Você é muito teimosa – Ele deu uma risada gostosa e encheu o meu rosto de beijos.
– Uma semana de repouso, a sorte não está mesmo ao meu favor – suspirei e ele riu.
– Mas, olha pelo lado bom. Você vai me ter aqui durante uma semana, quer presente melhor que esse? – sorriu e se deitou comigo no sofá.
Não contei para Chris do meu quase beijo com o Ian e estava me sentindo confusa. Parte de mim se sente mal por magoar um cara que realmente gosta de mim e me ama, mas a outra parte estava ansiando por um beijo do cara que eu sempre fui apaixonada. E agora? Precisava de Candice ao meu lado para me aconselhar, já estou sentindo falta da minha loirinha.
– Já está quase na hora de buscar Andrew na escola – Chris comentou – estou indo lá, okay?
– Pode trazer hambúrgueres, batata frita e milkshake?
– Espertinha... – riu e me deu um beijo saindo porta afora.
Liguei a televisão em um canal qualquer
Eu estava... Ansioso? Não sei bem ao certo. Minha mente ainda vagava para o dia que fui até seu apartamento e estava quase a beijando novamente. Eu estava com uma vontade fodida de beijar aquela boca e transar com essa mulher novamente. Foi fácil conseguir seu endereço e me surpreendi quando cheguei lá. Um apartamento tão velho e no subúrbio da cidade. Eu me lembrava que os pais da Nina tinham dinheiro, até mais do que a minha família. Como ela veio parar aqui?
Saí de meus pensamentos quando senti o carro parar. Ajeitei minha roupa e sai do carro.
- Eu ainda não concordo com isso, só para deixar claro – Matt disse enquanto caminhávamos para dentro da clínica. Escolhemos a mais sofisticada e a que manteria sigilo, isso nunca poderia chegar até a mídia.
– Você se faz de burro, cara – Paul falou – esses olhos aí só servem de enfeite.
– Porra, de qual lado vocês estão, afinal? Esqueceram de tudo que essa mulher me fez? – perguntei bravo.
– Sabemos só o seu lado, bro. E esse lado não é muito confiável – Paul falou.
– A sua mãe nunca gostou dela, Ian. Você mesmo disse – Matt falou e me encarou sério – já considerou a hipótese de sua mãe estar mentindo?
– Essa mentira pode ter custado seis anos da vida de seu filho, cara. – Paul completou.
Filho, filho, filho. Essa simples palavra de cinco letras não saía mais da minha cabeça. Eu preciso confirmar isso logo.
– Olha lá – Matt falou apontando com a cabeça – Quer um exame melhor do que ver esse menino frente à frente? É a sua cópia.
Me virei em direção a porta e Nina entrava com o menininho em seu encalço. Ela segurava sua mão e o garoto olhava tudo com curiosidade. Os cabelos negros e os olhos azuis iguais aos meus, não é possível...
– Bom dia! – Ela falou com a voz firme. – Dê oi para eles filho. – falou e o garotinho nos encarava confuso.
– Oi – disse tímido e olhou para mim – você estava na minha casa esses dias – cerrou os olhinhos.
– Estava sim – não sabia o que dizer, eu nunca fui bom com crianças, não sabia como agir.
– Minha mamãe disse que eu vou fazer um exame hoje e vou precisar tirar sangue, mas eu tenho medo de agulhas – disse e fez uma careta.
Matt gargalhou e Paul olhou para mim com a sobrancelha arqueada e sussurrou “ Ainda quer o DNA? “
Revirei os olhos e voltei a olhar para o garoto que estava esperando a minha resposta.
– Eu também tenho medo de agulhas. – disse e ele pareceu aliviado?
Nina disse alguma coisa em seu ouvido e ele assentiu, ela pegou ele em seu colo e se sentou ao lado de Paul.
– Senhor Somerhalder? – Uma mulher falou.
– Aqui.
– Vamos lá?
Eu estava... Ansioso? Não sei bem ao certo. Minha mente ainda vagava para o dia que fui até seu apartamento e estava quase a beijando novamente. Eu estava com uma vontade fodida de beijar aquela boca e transar com essa mulher novamente. Foi fácil conseguir seu endereço e me surpreendi quando cheguei lá. Um apartamento tão velho e no subúrbio da cidade. Eu me lembrava que os pais da Nina tinham dinheiro, até mais do que a minha família. Como ela veio parar aqui? Eu tenho diversas perguntas para fazê-la, mas o meu orgulho jamais permitiria.
Saí de meus pensamentos quando senti o carro parar. Ajeitei minha roupa e sai do carro.
– Eu ainda não concordo com isso, só para deixar claro – Matt disse enquanto caminhávamos para dentro da clínica. Escolhemos a mais sofisticada e a que manteria sigilo, isso nunca poderia chegar até a mídia.
– Você se faz de burro, cara – Paul falou – esses olhos aí só servem de enfeite.
– Porra, de qual lado vocês estão, afinal? Esqueceram de tudo que essa mulher me fez? Ela me traiu, caralho. – perguntei bravo.
– Sabemos só o seu lado, bro. E esse lado não é muito confiável – Paul falou.
– A sua mãe nunca gostou dela, Ian. Você mesmo disse – Matt falou e me encarou sério – já considerou a hipótese de sua mãe estar mentindo?
– Essa mentira pode ter custado seis anos da vida de seu filho, cara. – Paul completou.
Filho, filho, filho. Essa simples palavra de cinco letras não saía mais da minha cabeça. Eu preciso confirmar isso logo, isso está fodendo com a minha cabeça.
– Olha lá – Matt falou apontando com a cabeça – Você quer um exame melhor do que ver esse menino frente a frente? Ele é a sua cópia.
Me virei em direção a porta e Nina entrava com o menininho em seu encalço. Ela segurava sua mão e o garoto olhava tudo com curiosidade. Os cabelos negros e os olhos azuis iguais aos meus, não pode ser verdade...
– Bom dia! – Ela falou com a voz firme. – Dê oi para eles filho. – falou e o garotinho nos encarava confuso.
– Oi – disse tímido e olhou para mim – você esteve na minha casa esses dias – cerrou os olhinhos.
– Estive sim – não sabia o que dizer, eu nunca fui bom com crianças, não sabia como agir.
– Minha mamãe disse que eu vou fazer um exame hoje e vou precisar tirar sangue, mas eu tenho medo de agulhas – disse e fez uma careta.
Matt gargalhou e Paul olhou para mim com a sobrancelha arqueada e sussurrou “Ainda quer o DNA? “
Revirei os olhos e voltei a olhar para o garoto que estava esperando a minha resposta.
– Eu também tenho medo de agulhas. – disse e ele pareceu... aliviado?
Nina disse alguma coisa em seu ouvido e ele assentiu, ela o pegou em seu colo e se sentou ao lado de Paul.
– Senhor Somerhalder? – A enfermeira falou.
– Aqui.
– Vamos lá?
Olhei para Nina e ela assentiu, a seguimos e fomos para uma salinha.
– Podem se sentar aqui – Apontou para as cadeiras – Primeiro eu vou colher o seu sangue, Senhor Somerhalder!
Assenti e estiquei o braço esquerdo. Eu tinha medo de agulhas, então olhei na direção contrária e me deparei com Nina segurando o riso enquanto me observava. Sorri torto e lembranças rodearam a minha mente, lembranças de quando estávamos juntos. Ela implorava para a deixar treinar em mim e eu sempre negava, quando eu finalmente deixei, meu braço ficou todo roxo.
– Prontinho – a enfermeira disse e colou o curativo em meu braço – Agora é você, mocinho.
Olhei para o garotinho e ele estava com os olhos marejados, Nina dizia algo em seu ouvido e o mesmo negava com a cabeça.
- Eu tenho vários curativos dos vingadores, se você deixar eu fazer o exame, deixo você escolher quantos quiser – A enfermeira disse e ele a olhou desconfiado. Ela sorriu e pegou uma caixa e entregou em suas mãos.
– Eu posso colocar um do capitão américa? – Ele perguntou baixinho.
– Claro que pode.
Ele assentiu e sentou na cadeira estendendo o seu bracinho. Assim que ela injetou a agulha, seus olhos brilharam e ele fez uma cara de choro.
– Você sabia que o capitão américa é o meu vingador preferido também? – Disse atraindo sua atenção, eu não sabia agir direito com crianças, ainda mais quando elas estão chorando. Precisava distraí-lo.
– Sério? – perguntou baixinho e eu assenti – eu gosto do homem de ferro também.
– Eu também, mas ainda assim, prefiro o capitão américa – sorri – ele é o melhor.
A enfermeira terminou de tirar seu sangue e limpou com um algodão.
– E então, já escolheu?
– Eu quero esse – Ele entregou um curativo do escudo do capitão e ela aplicou nele. – Coloca esse nele também? – Entregou um curativo para ela e ela me olhou sorrindo. Estiquei meu braço e ela trocou o curativo para um igual ao dele. – Pronto, agora estamos com adesivos iguais – Ele disse e eu sorri de lado. Olhei para Nina e ela nos observava estranhamente quieta. Algo em sua expressão estava me incomodando.
– Os exames ficarão prontos até sábado, senhor Somerhalder.
– Obrigado.
Nina pegou o menininho no colo e nos encaminhamos até a saída onde Paul e Matt nos esperavam.
– Eu já vou indo – ela falou – até sábado.
– Você não quer uma carona? – perguntei por impulso e ela me olhou brava.
– Não quero nada vindo de você, Ian.
Ela deu tchau para os meus amigos e saiu porta afora.
– Quando irá ficar pronto? – Matt perguntou assim que entramos no carro.
– A enfermeira disse que até sábado ficaria pronto – disse e ele assentiu.
A frase que Paul me disse ainda ressoava em minha cabeça, ‘’ Essa mentira pode ter custado seis anos da vida de seu filho ‘’ se ela realmente falou a verdade e o garoto for meu filho, estarei completamente fodido. Eu queria ter filhos, mas quando estava com ela. Agora tenho outra vida e nessa não caberia um filho. Eu sou extremamente ocupado, não paro em um país, como eu iria cuidar de uma criança?
– Já saiu daí, amor? – Chris disse assim que atendeu o telefone.
– Acabei de sair. Estou indo levar o Andy para almoçar agora.
– Mas e como foi? Deu tudo certo? – Perguntou preocupado.
– Foi tudo bem, sim – suspirei – Mas, ainda é aquilo, sabe? Estou muito chateada por ter que chegar a esse ponto.
– Estou aqui, você sabe! Dorme em casa hoje?
– Isso é um convite implícito para sexo, Wood? – Disse e escutei seu riso.
– Eu sempre quero com você, sabe disso. Mas, estava querendo sugerir uma noite de filmes infantis e muita porcaria para comer, o que acha?
– Pode ser.
Nos falamos mais um pouco e logo encerrei a ligação. Levei Andy ao shopping e o deixei escolher onde ele queria comer e para a minha surpresa, ou não, ele escolheu Mc Donalds. Enquanto observava meu neném comendo, lembranças e mais lembranças rodeavam minha mente. Estou chateada com Ian, por não ter acreditado em mim e por tudo isso, terminar como terminou. E ainda tem Chris, que está querendo assumir por definitivo um papel importantíssimo em nossas vidas. Céus, não sei o que fazer!
[...]
Depois de alguns dias, sábado finalmente chegou. Deixei Andrew com Chris e segui até a clínica. Minhas mãos suavam e eu estava completamente nervosa, mesmo sabendo a única resposta possível que haveria naquele papel. Quase podia imaginar a cara de Ian ao saber e eu saberia lidar bem com isso, jogando toda a verdade em sua cara. Adentrei a clínica e ele já estava lá sentado, batendo os pés no chão e completamente impaciente.
– Até que enfim, Nikolina – Falou assim que me viu – Veio se arrastando?
– Vim com uma coisa chamada transporte público, já ouviu falar? Ah, mas é claro que não, aposto que o riquinho veio com a sua linda Lamborghini – Sorri irônica.
– Está em manutenção – Piscou e eu revirei os olhos. – Vamos retirar o exame? – Assenti e nos encaminhamos até o balcão, Ian passou os seus dados e logo o tão esperado envelope estava em suas mãos. Ele me olhou apreensivo e eu ergui a sobrancelha. Estava sedenta para ver sua cara quando descobrir que eu estava falando a verdade.
– Você vai querer abrir aqui? – Enfatizei.
– Pode ser no meu quarto, vamos! – Ajeitei minha bolsa em meus braços e o segui até seu carro, o qual era uma ferrari. Ele destravou o carro e entramos, olhei sugestiva para ele e ele sorriu de lado entendendo o que eu estava querendo dizer. Saímos do estacionamento da clínica e estava um silencio completamente desconfortável dentro daquele carro. Olhei de relance para seu rosto e o mesmo estava sério enquanto prestava atenção no trânsito a frente.
– Quer ligar o rádio? – Perguntou quando paramos no semáforo.
– Estou bem assim – falei sem jeito e ele assentiu. Chegamos ao hotel e logo estávamos no elevador. Me sinto inquieta dentro deste pequeno cubículo com esse homem ao meu lado. Sua presença e seu olhar eram marcantes, isso é inegável.
– Não está nem um pouco nervosa? – Olhei para ele e ele estava com os olhos fechados e a cabeça jogada para trás.
– Eu sei da minha verdade, não preciso mentir sobre um assunto tão sério, Ian.
O elevador parou em seu andar e nos encaminhamos para o seu quarto. Ele abriu a porta e entramos, ele sentou-se em sua cama e eu permaneci de pé.
Ele pegou o envelope e notei suas mãos tremendo enquanto rasgava o pedaço de papel. Ele desdobrou o exame.
– ‘’ Considerando a coincidência em, pelo menos, um alelo entre o suposto pai e o(a) filho(a) investigante... Concluímos que Ian Joseph Somerhalder é pai biológico de Andrew Konstantinova Dobreva ‘’ – Ofegou e largou o papel no chão.
Ele me encarou e franziu o cenho. Seu olhar estava assustado e ele tentava formar uma frase, mas as palavras não saiam de sua boca. E depois de tudo que passamos até aqui, me sentia aliviada, finalmente, com seu tombo.
– Nina... eu...
– Eu passei os últimos seis anos me preparando para ter uma conversa sobre tudo isso com você, Ian. Mas as coisas não saíram como eu planejei. Eu sempre mantive a ideia de que, apesar de tudo, você acreditaria em mim em respeito ao que tínhamos e do amor que você dizia sentir por mim, mas nem sempre é como a gente quer, né? – minha voz falhou e ele me encarou – Eu te observei de longe. Você finalmente conseguiu a vida que queria, a que tanto sonhou ao meu lado, mas infelizmente você esqueceu o principal. Eu e o seu filho!
– Já saiu daí, amor? – Chris disse assim que atendeu o telefone.
– Acabei de sair. Estou indo levar o Andy para almoçar agora.
– Mas e como foi? Deu tudo certo? – Perguntou preocupado.
– Foi tudo bem, sim – suspirei – Mas, ainda é aquilo, sabe? Estou muito chateada por ter que chegar a esse ponto.
– Estou aqui, você sabe! Dorme em casa hoje?
– Isso é um convite implícito para sexo, Wood? – Disse e escutei seu riso.
– Eu sempre quero com você, sabe disso. Mas, estava querendo sugerir uma noite de filmes infantis e muita porcaria para comer, o que acha?
– Pode ser.
Nos falamos mais um pouco e logo encerrei a ligação. Levei Andy ao shopping e o deixei escolher onde ele queria comer e para a minha surpresa, ou não, ele escolheu Mc Donalds. Enquanto observava meu neném comendo, lembranças e mais lembranças rodeavam minha mente. Estou chateada com Ian, por não ter acreditado em mim e por tudo isso, terminar como terminou. E ainda tem Chris, que está querendo assumir por definitivo um papel importantíssimo em nossas vidas. Céus, não sei o que fazer!
[...]
Depois de alguns dias, sábado finalmente chegou. Deixei Andrew com Chris e segui até a clínica. Minhas mãos suavam e eu estava completamente nervosa, mesmo sabendo a única resposta possível que haveria naquele papel. Quase podia imaginar a cara de Ian ao saber e eu saberia lidar bem com isso, jogando toda a verdade em sua cara. Adentrei a clínica e ele já estava lá sentado, batendo os pés no chão e completamente impaciente.
– Até que enfim, Nikolina – Falou assim que me viu – Veio se arrastando?
– Vim com uma coisa chamada transporte público, já ouviu falar? Ah, mas é claro que não, aposto que o riquinho veio com a sua linda Lamborghini – Sorri irônica.
– Está em manutenção – Piscou e eu revirei os olhos. – Vamos retirar o exame? – Assenti e nos encaminhamos até o balcão, Ian passou os seus dados e logo o tão esperado envelope estava em suas mãos. Ele me olhou apreensivo e eu ergui a sobrancelha. Estava sedenta para ver sua cara quando descobrir que eu estava falando a verdade.
– Você vai querer abrir aqui? – Enfatizei.
– Pode ser no meu quarto, vamos! – Ajeitei minha bolsa em meus braços e o segui até seu carro, o qual era uma ferrari. Ele destravou o carro e entramos, olhei sugestiva para ele e ele sorriu de lado entendendo o que eu estava querendo dizer. Saímos do estacionamento da clínica e estava um silencio completamente desconfortável dentro daquele carro. Olhei de relance para seu rosto e o mesmo estava sério enquanto prestava atenção no trânsito a frente.
– Quer ligar o rádio? – Perguntou quando paramos no semáforo.
– Estou bem assim – falei sem jeito e ele assentiu. Chegamos ao hotel e logo estávamos no elevador. Me sinto inquieta dentro deste pequeno cubículo com esse homem ao meu lado. Sua presença e seu olhar eram marcantes, isso é inegável.
– Não está nem um pouco nervosa? – Olhei para ele e ele estava com os olhos fechados e a cabeça jogada para trás.
– Eu sei da minha verdade, não preciso mentir sobre um assunto tão sério, Ian.
O elevador parou em seu andar e nos encaminhamos para o seu quarto. Ele abriu a porta e entramos, ele sentou-se em sua cama e eu permaneci de pé.
Ele pegou o envelope e notei suas mãos tremendo enquanto rasgava o pedaço de papel. Ele desdobrou o exame.
– ‘’ Considerando a coincidência em, pelo menos, um alelo entre o suposto pai e o(a) filho(a) investigante... Concluímos que Ian Joseph Somerhalder é pai biológico de Andrew Konstantinova Dobreva ‘’ – Ofegou e largou o papel no chão.
Ele me encarou e franziu o cenho. Seu olhar estava assustado e ele tentava formar uma frase, mas as palavras não saiam de sua boca. E depois de tudo que passamos até aqui, me sentia aliviada, finalmente, com seu tombo.
– Nina... eu...
– Eu passei os últimos seis anos me preparando para ter uma conversa sobre tudo isso com você, Ian. Mas as coisas não saíram como eu planejei. Eu sempre mantive a ideia de que, apesar de tudo, você acreditaria em mim em respeito ao que tínhamos e do amor que você dizia sentir por mim, mas nem sempre é como a gente quer, né? – minha voz falhou e ele me encarou – Eu te observei de longe. Você finalmente conseguiu a vida que queria, a que tanto sonhou ao meu lado, mas infelizmente você esqueceu o principal. Eu e o seu filho!
Ele permaneceu quieto enquanto encarava o chão. Suas mãos ainda tremiam e sua respiração estava ofegante.
– Você não vai me falar nada? – Perguntei brava. Eu quero que ele fale! Este silencio só está me deixando cada vez mais nervosa com ele.
Continuei esperando, mas ele apenas me olhou e abaixou a cabeça novamente. Para mim já chega! Peguei minha bolsa e sai daquele quarto batendo a porta com força. Por que é tão difícil assim para ele admitir que errou? Por que ele demorou tanto para chegar à verdade? São tantas perguntas e minha cabeça já está dando um nó. Eu sempre disse a verdade a ele e estou, de fato, feliz e aliviada por ver sua cara indo ao chão. Sinto minha face molhada e percebo que estou chorando. Me encontro em um misto de sensações e só desejo ter forças para seguir em frente. Com Andrew, Ian e principalmente, com Chris. Não posso ignorar seu pedido, ele me ama e eu realmente gosto muito dele, mas este sentimento está muito longe de se tornar amor, justamente por pertencer ao cara que ficou naquele quarto de hotel, parado e sem conseguir formar uma frase sequer. Não sei o que fazer da minha vida. Devo dar uma chance a Chris e finalmente, nos tornarmos uma família ou devo dar uma chance a Ian, o cara pelo qual sou apaixonada, mas que sempre foi um completo idiota? Céus, eu irei enlouquecer, preciso de respostas e preciso delas o mais rápido possível.
– Neens, ele é o pai do seu filho e agora que sabe a verdade, você tem que pensar bastante sobre isso. Muita coisa está em jogo aqui, é a sua vida e a do Andy, não quero ver você despedaçada por causa dele novamente! – Candice falou. Ela havia chegado de viagem ontem à noite. Três dias se passaram desde que Ian descobriu a verdade e até agora, ele não entrou em contato.
Balanço a cabeça, apreciando sua preocupação. Candice era realmente uma ótima amiga. – Eu sei, Candy. Ian vacilou antes e continua vacilando agora, mas algo dentro de mim implora para que eu o dê essa chance, entende? Sei que posso estar parecendo ingênua por pensar assim, mas eu quero dar esse voto de confiança, mesmo ele não tendo dado a mim quando precisei.
Candice estala a língua e balança a cabeça.
– Não acho que você é ingênua, mas tenho medo de que se machuque, sabe disso. E além do mais, o que você vai fazer com o Chris? – Perguntou preocupada e eu suspirei. Depois que sai da clínica, fui direto para o seu apartamento e é óbvio que o resultado estava mais do que claro. Ele perguntou o que eu iria fazer e reforçou aquelepedido que tinha me feito. Chris era maravilhoso, não vou negar um fato, mas como posso dar a ele esse papel tão importante se ainda penso no idiota dos olhos azuis?
– Sinceramente? Não o respondi, mudei de assunto! – admiti.
– Você o que? – exclamou chocada – Nina!!!!
– Eu sei – falei baixinho, estava com vergonha e sentindo remorso – Mas eu não posso, Candy.
– Não pode ou não quer? – Disse sugestiva.
Desviei o olhar e comecei a puxar a pelinha que estava no meu dedo, um hábito horrível que eu tinha quando estava nervosa.
– Como eu posso dar esse passo tão importante agora? Depois que el...
– Depois que ele voltou, né? – ela me interrompeu e completou a frase – Só vai com calma, está bem? Vamos dar uma chance e ouvir o lado dele quando esse idiota entrar em contato.
Como se fosse algo do destino, senti meu celular vibrar. Quando olhei para a tela, meu coração disparou, era uma mensagem de Ian.
“ Você pode me encontrar no meu quarto? Preciso falar com você, urgente! “
Virei a tela para mostrar a Candice e ela gargalhou.
– Falando em praga...
Fui para o banheiro e tomei um banho rápido. Me arrumei com uma calça jeans que valorizava meu corpo e uma blusa de alcinha que realçava meus seios. Me encontrar com Ian me fazia sentir aquela famosa sensação de “ friozinho na barriga “ e era impossível não me lembrar da nossa primeira vez juntos. Assim que terminei de me arrumar, peguei minha bolsa e sai de casa, ouvindo um último comentário bem sarcástico de Candice “ Segura essa boc... “ Fechei a porta antes que terminasse de ouvir.
O caminho até o hotel foi relativamente rápido e agora, me encontrava de frente à porta do seu quarto. Bati e segundos depois, ele abriu a porta. Olhei em seus olhos e suspirei, ele sorriu de lado e deu passagem para eu entrar.
– E então? – Disse assim que entrei. Ele apontou para o sofá que havia ali e eu sentei, colocando minha bolsa ao meu lado.
– Calma! – ele suspirou e passou as mãos pelos cabelos pretos – Eu quero me desculpar com você, Nikolina.
Nossa! Não esperava um pedido tão na lata assim e confesso que estou surpresa, muito mesmo.
– Eu quero tentar fazer a coisa certa dessa vez – sussurrou – quero uma chance para ser o pai dele, se você deixar.
Estou boquiaberta enquanto encaro seus olhos e não sei muito bem o que dizer a ele. Confesso que era o que eu queria ouvir desde o começo, mas estou entorpecida demais com sua confissão.
– Nina, fala alguma coisa. – Disse impaciente. Ele batia seus pés no chão, um hábito bem comum quando ele estava nervoso ou ansioso.
– Não sei o que te responder, Ian. Quer dizer, isso é tudo o que eu queria ouvir de você, mas não sei bem o que falar– Disse confusa. Minha cabeça estava dando um nó.
– Eu sei que eu fiz merda – revirou os olhos – mas quero recompensar, por favor? – pediu.
Analisei seu rosto e ele me encarava com os olhos suplicantes.
– Quero te dar essa chance para consertar as coisas com Andrew, quero mesmo. Mas, tenho medo, Ian – sussurrei.
– Medo de quê, exatamente?
– Você me magoou muito, nós passamos por poucas e boas, minha vida não foi fácil, Ian! – Ele me olhou confuso.
– Eu posso ajudar. Eu vou pedir para o meu advogado entrar com toda a papelada e vai calcular a pensão, quero que vocês recebam desde o primeiro ano de vida dele – explicou.
Não, jamais irei aceitar isso.
– Não, Ian – neguei com a cabeça – eu não quero seu dinheiro, nunca quis. Não fui atrás de você por esse motivo.
– Sei que não, mas é direito do seu filho, quer dizer, nosso – falou confuso – quero que ele tenha tudo do bom e do melhor que eu possa oferecer.
– Não! – Sei que é direito de Andy, mas não quero um centavo vindo dele, só quero que ele seja o pai que meu filho merece.
– É direito dele, sabe disso, né? Se você não quiser usar, tudo bem, posso colocar em uma poupança e ele terá acesso quando ficar de maior, mas, por favor, aceita... – suspirei e assenti.
– Tudo bem. Só quero te fazer um pedido, antes de qualquer coisa – disse e ele concordou.
– Farei o que estiver no meu alcance.
– Não magoe ele, okay?
– Por quê eu magoaria? – perguntou confuso – Eu jamais faria isso com ele, Nikolina. Ele é só uma criança!
– Você sabe o porquê!
–
Quando coloco o garfo na boca, sentindo o gosto peculiar de canela do doce que estou comendo, é impossível não me lembrar do meu quase sexo com Ian. Me remexo desconfortável no assento do restaurante e Chris me encara com uma expressão confusa.
- Não gostou da sobremesa, amor? – Questionou.
Olhei para seu rosto e a sensação de culpa queimava em mim. Não foi certo o que eu fiz, Chris é um cara maravilhoso e me ama, mas na hora, não pensei nisso. Só conseguia pensar na boca de Ian e de suas mãos em meu corpo. Céus, preciso afastar esse pensamento o mais rápido possível!
– Você está muito lindo hoje – Comento para distraí-lo. Mas, é verdade, Chris adora um visual mais casual e fica maravilhoso assim, mesmo sem se esforçar.
Ele sorri e toca a minha mão por cima da mesa. – Só hoje, Neens? – ergueu a sobrancelha e eu sorri.
– Até admitiria que você sempre está, mas isso seria uma confissão grande demais para o seu ego. – Ele gargalhou.
– Sabe o que seria bom para o meu ego? – Perguntou.
– O que?
– Você finalmente me dar uma chance – Aí. Me pegou!
Encarei seu rosto e ele estava sério. Sabia que esse momento chegaria quando desviei de sua pergunta outro dia em sua casa. Certo, vamos analisar os fatos: Chris me ama, já tem um ponto. Ian só me magoou e me tratou como lixo, menos um ponto. Chris cuida de mim e também ama o meu filho, como se fosse realmente dele, mais um ponto. Ian aceitou a existência de Andrew agora e ainda duvidou, menos dois pontos.
Gosto de Chris, de verdade. Sei que ele é a minha chance de ser feliz e sendo sincera, acho que, com ele, eu finalmente irei conseguir isto. Amo Ian, talvez sempre vou amá-lo, mas minha história com ele já teve seu começo, meio e fim. De uma maneira meio conturbada que não nos restou nem um vínculo de amizade. Mas eu preciso aceitar, o que aconteceu mais cedo foi um erro, que eu espero não cometê-lo novamente. Foi um momento de fraqueza e eu senti saudades, mas já passou!
Voltei a minha atenção para o homem em minha frente, que me encarava com uma expressão ansiosa e apreensiva ao mesmo tempo.
– Você já tem todas elas – Disse e ele me olhou surpreso. Ah, quer saber? Vou me dar essa chance. Preciso disto! Quero seguir em frente e finalmente, depois de anos, tenho um motivo para isto.
– Uau. Nossa! – falou, sua expressão em puro choque – Você está falando sério?
Meu peito se apertou. Chris gosta tanto de mim, esteve ao meu lado e eu sempre o recusando, mas não vou errar mais, não com ele!
– Sei que errei com você ao longo desse tempo, te fiz esperar demais e até sofrer. Mas, eu gosto de você, Chris. Quero que dê certo dessa vez, mas preciso que você tenha paciência. As coisas estão confusas agora, saindo dos trilhos e...
– Amor, eu sei – me interrompeu – Sempre disse o quanto eu amo você e quero reforçar agora. Você é uma mulher incrível, forte e eu tenho uma admiração sem fim por você. Quero estar ao seu lado, em todos os momentos imagináveis, sabe disso. Sei que a situação está complicada agora, mas quero passar por isso com você, ao seu lado!
Esse homem existe mesmo? Estou boquiaberta diante dessa confissão e com o coração pesado.
– Obrigada por ser tão bom assim para mim! – falei sincera e ele sorriu e se aproximou mais, encostando seus lábios nos meus em um beijo suave e carinhoso. Sua língua tocando a minha devagar, mas ainda assim, é bom.
– Vou te fazer muito feliz, Nina. – Prometeu sério e eu suspirei. Minha cabeça dando um nó.
Ele pagou a conta e saímos do restaurante e fomos caminhar pelo shopping. Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
– O que quer fazer agora? – Perguntou enquanto caminhávamos em silêncio.
– O que você quiser fazer – falei e ele riu, me puxando mais para ele e passando os braços pela minha cintura.
– O que acha de comprarmos alguns doces e irmos lá para casa? Você poderia dormir lá.
– Tudo bem.
Fomos até a minha loja de chocolates preferida e Chris comprou um monte de guloseimas para nós, mesmo eu alegando que aquilo era muito para nós dois, mas o moreno apenas riu e disse que não duraria nem dois dias em sua geladeira.
O caminho até seu apartamento foi relativamente rápido, Chris morava em uma cobertura de luxo muito bonita e por vezes, me sentia mal. Ele era rico, lindo e poderia ter a mulher que quisesse ao seus pés, eu notava os olhares que ele recebia por onde passava. Não entendo o por quê de alguém como ele, ser apaixonado por alguém como eu.
– O que tanto te incomoda? – Ele perguntou assim que entramos na sala.
– Nada demais, só pensando em algumas coisas.
Ele sorriu e se aproximou mais, enlaçando minha cintura em um abraço apertado.
– Quer ir tomar um banho e depois assistir alguns filmes?
Assenti e ele me deu um selinho demorado e foi para a cozinha guardar os doces que compramos.
Fui até o seu quarto e entrei em seu maravilhoso closet. Há alguns dias, ele insistiu para que eu deixasse algumas peças de roupas lá, é um passo sério dividir seu “ guarda-roupas “ com alguém e eu não estava pronta para isso agora, mas ele apenas disse “ – São só algumas peças de roupas, Neens. Sei que está com medo e não quero te apressar, mas acho que ficaria melhor, pelo menos você não ia precisar trazer uma mala sempre que dorme aqui “. Acabei cedendo e concordei em trazer. Peguei um pijama e minhas peças íntimas e entrei no banheiro. Enquanto me despia e entrava debaixo da água quentinha, me lembrei de quando nos conhecemos. Candice estava me enchendo o saco para irmos em uma balada que havia inaugurado há algumas semanas, mas bati o pé dizendo que não iria, não podia deixar o meu bebê sozinho. Mas ela teimou em dizer que nossa vizinha, a senhora Jones, não se importaria em ficar com Andy e ela estava certa. Aquela senhorinha era apaixonada por meu bebê e desde que seu marido faleceu, sempre ficava sozinha e pedia para deixarmos Andrew fazendo companhia a ela de vez em quando. Acabei desistindo e fomos para a maldita balada.
“ – Sabe, estou com um pressentimento bom – comentou quando chegamos no clube.
– Ah, é? – falei sarcástica e ela me olhou feio.
– Você precisa sair, se divertir mais. Você é nova, Nina. Não tem que ficar presa em casa, sua vida não precisa parar só porque você tem um filho.
– Eu gosto de ficar em casa com meu bebê – defendi.
– Eu sei, eu sei – estalou a língua – só estou dizendo que você precisa beijar na boca e até transar, qual foi a última vez que você fez isso?
Parei para analisar e é verdade. Não ficava com alguém há alguns meses, mas não senti falta, agora que Candice mencionou, estou realmente necessitada de um bom sexo.
– Não disse que eu tinha razão – falou divertida olhando para mim. – vamos lá, vai ser legal, Joseph disse que um amigo dele estava doido para te conhecer.
Mostramos nossa pulseira para o segurança e a loira entrelaçou nossos dedos, fomos até a área vip e Joseph estava lá, junto com outro cara.
– Olha, Neens. É esse cara aí – apontou discretamente para o homem ao lado de seu namorado.
– Aí, meu Deus. Ele é lindo, Candy – Exclamei chocada e ela riu.
– Vamos lá – voltamos a caminhar e ela cumprimentou Joseph e o cara ao lado.
– Oi, sweet – me deu um beijo no rosto – quero te apresentar meu amigo, Chris. – Joseph falou e o moreno abriu um sorriso de tirar o fôlego.
– Joseph falou muita coisa ao seu respeito, Nina – Ele disse, voz baixa e rouca, já estou toda arrepiada e desconcertada, esse homem é lindo.
– Espero que só coisas boas – disse e ele riu, exibindo seus dentes brancos.
– Pode apostar que sim!
Passamos o resto da noite conversando e tomando alguns drinks. Eu estava morrendo de vontade de beija-lo, mas não iria tomar a iniciativa, queria que ele fizesse. Ele se ofereceu pra me deixar em casa, já que Candy iria dormir na casa de Joseph e eu aceitei. Quando chegamos em meu prédio, ele finalmente me beijou e eu o convidei para o meu apartamento, onde tivemos uma noite maravilhosa de muito sexo e conversas “
E quem diria, que depois dessa noite, esse homem lindo que está no cômodo ao lado, se apaixonaria por mim.
–
Quando coloco o garfo na boca, sentindo o gosto peculiar de canela do doce que estou comendo, é impossível não me lembrar do meu quase sexo com Ian. Me remexo desconfortável no assento do restaurante e Chris me encara com uma expressão confusa.
– Não gostou da sobremesa, amor? – Questionou.
Olhei para seu rosto e a sensação de culpa queimava em mim. Não foi certo o que eu fiz, Chris é um cara maravilhoso e me ama, mas na hora, não pensei nisso. Só conseguia pensar na boca de Ian e de suas mãos em meu corpo. Céus, preciso afastar esse pensamento o mais rápido possível!
– Você está muito lindo hoje – Comento para distraí-lo. Mas, é verdade, Chris adora um visual mais casual e fica maravilhoso assim, mesmo sem se esforçar.
Ele sorri e toca a minha mão por cima da mesa. – Só hoje, Neens? – ergueu a sobrancelha e eu sorri.
– Até admitiria que você sempre está, mas isso seria uma confissão grande demais para o seu ego. – Ele gargalhou.
– Sabe o que seria bom para o meu ego? – Perguntou.
– O que?
– Você finalmente me dar uma chance – Aí. Me pegou!
Encarei seu rosto e ele estava sério. Sabia que esse momento chegaria quando desviei de sua pergunta outro dia em sua casa. Certo, vamos analisar os fatos: Chris me ama, já tem um ponto. Ian só me magoou e me tratou como lixo, menos um ponto. Chris cuida de mim e também ama o meu filho, como se fosse realmente dele, mais um ponto. Ian aceitou a existência de Andrew agora e ainda duvidou, menos dois pontos.
Gosto de Chris, de verdade. Sei que ele é a minha chance de ser feliz e sendo sincera, acho que, com ele, eu finalmente irei conseguir isso. Amo Ian e talvez sempre vou amá-lo, mas minha história com ele já teve seu começo, meio e fim. De uma maneira meio conturbada que não nos restou nem um vínculo de amizade. Mas eu preciso aceitar, o que aconteceu mais cedo foi um erro, que eu espero não o cometer novamente. Foi um momento de fraqueza e eu senti saudades, mas já passou!
Voltei a minha atenção para o homem em minha frente, que me encarava com uma expressão ansiosa e apreensiva ao mesmo tempo.
– Você já tem todas elas – Disse e ele me olhou surpreso. Ah, quer saber? Vou me dar essa chance. Preciso disso! Quero seguir em frente e finalmente, depois de anos, tenho um motivo para isso.
– Uau. Nossa! – falou, sua expressão em puro choque – Você está falando sério?
Meu peito se apertou. Chris gosta tanto de mim, esteve ao meu lado e eu sempre o recusando, mas não vou errar mais, não com ele!
– Sei que errei com você ao longo desse tempo, te fiz esperar demais e até sofrer. Mas, eu gosto de você, Chris. Quero que dê certo dessa vez, mas preciso que você tenha paciência. As coisas estão confusas agora, saindo dos trilhos e...
– Amor, eu sei – me interrompeu – Sempre disse o quanto eu amo você e quero reforçar agora. Você é uma mulher incrível, forte e eu tenho uma admiração sem fim por você. Quero estar ao seu lado, em todos os momentos imagináveis, sabe disso. Sei que a situação está complicada agora, mas quero passar por isso com você, ao seu lado!
Esse homem existe mesmo? Estou boquiaberta diante dessa confissão e com o coração pesado.
– Obrigada por ser tão bom assim para mim! – falei sincera e ele sorriu e se aproximou mais, encostando seus lábios nos meus em um beijo suave e carinhoso. Sua língua tocando a minha devagar, mas ainda assim, é bom.
– Vou te fazer muito feliz, Nina. – Prometeu sério e eu suspirei. Minha cabeça dando um nó.
Ele pagou a conta e saímos do restaurante e fomos caminhar pelo shopping. Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
– O que quer fazer agora? – Perguntou enquanto caminhávamos em silêncio.
– O que você quiser fazer – falei e ele riu, me puxando mais para ele e passando os braços pela minha cintura.
– O que acha de comprarmos alguns doces e irmos lá para casa? Você poderia dormir lá.
– Tudo bem.
Fomos até a minha loja de chocolates preferida e Chris comprou um monte de guloseimas para nós, mesmo eu alegando que aquilo era muito para nós dois, mas o moreno apenas riu e disse que não duraria nem dois dias em sua geladeira.
O caminho até seu apartamento foi relativamente rápido, Chris morava em uma cobertura de luxo muito bonita e por vezes, me sentia mal. Ele era rico, lindo e poderia ter a mulher que quisesse aos seus pés, eu notava os olhares que ele recebia por onde passava. Não entendo o porquê de alguém como ele, ser apaixonado por alguém como eu.
– O que tanto te incomoda? – Ele perguntou assim que entramos na sala.
– Nada demais, só pensando em algumas coisas.
Ele sorriu e se aproximou mais, enlaçando minha cintura em um abraço apertado.
– Quer ir tomar um banho e depois assistir alguns filmes?
Assenti e ele me deu um selinho demorado e foi para a cozinha guardar os doces que compramos.
Fui até o seu quarto e entrei em seu maravilhoso closet. Há alguns dias, ele insistiu para que eu deixasse algumas peças de roupas lá, é um passo sério dividir seu “guarda-roupas “com alguém e eu não estava pronta para isso agora, mas ele apenas disse “– São só algumas peças de roupas, Neens. Sei que está com medo e não quero te apressar, mas acho que ficaria melhor, pelo menos você não ia precisar trazer uma mala sempre que dorme aqui “. Acabei cedendo e concordei em trazer. Peguei um pijama e minhas peças íntimas e entrei no banheiro. Enquanto me despia e entrava debaixo da água quentinha, me lembrei de quando nos conhecemos. Candice estava me enchendo o saco para irmos em uma balada que havia inaugurado há algumas semanas, mas bati o pé dizendo que não iria, não podia deixar o meu bebê sozinho. Mas ela teimou em dizer que nossa vizinha, a senhora Jones, não se importaria em ficar com Andy e ela estava certa. Aquela senhorinha era apaixonada por meu bebê e desde que seu marido faleceu, sempre ficava sozinha e pedia para deixarmos Andrew fazendo companhia a ela de vez em quando. Acabei desistindo e fomos para a maldita balada.
“ – Sabe, estou com um pressentimento bom – comentou quando chegamos no clube.
– Ah, é? – falei sarcástica e ela me olhou feio.
– Você precisa sair, se divertir mais. Você é nova, Nina. Não tem que ficar presa em casa, sua vida não precisa parar só porque você tem um filho.
– Eu gosto de ficar em casa com meu bebê – defendi.
– Eu sei, eu sei – estalou a língua – só estou dizendo que você precisa beijar na boca e até transar, qual foi a última vez que você fez isso?
Parei para analisar e é verdade. Não ficava com alguém há alguns meses, mas não senti falta, agora que Candice mencionou, estou realmente necessitada de um bom sexo.
– Não disse que eu tinha razão – falou divertida olhando para mim. – Vamos lá, vai ser legal, Joseph disse que um amigo dele estava doido para te conhecer.
Mostramos nossa pulseira para o segurança e a loira entrelaçou nossos dedos, fomos até a área vip e Joseph estava lá, junto com outro cara.
– Olha, Neens. É esse cara aí – apontou discretamente para o homem ao lado de seu namorado.
– Aí, meu Deus. Ele é lindo, Candy – Exclamei chocada e ela riu.
– Vamos lá – voltamos a caminhar e ela cumprimentou Joseph e o cara ao lado.
– Oi, sweet – me deu um beijo no rosto – quero te apresentar meu amigo, Chris. – Joseph falou e o moreno abriu um sorriso de tirar o fôlego.
– Joseph falou muita coisa ao seu respeito, Nina – Ele disse, voz baixa e rouca, já estou toda arrepiada e desconcertada, esse homem é lindo.
– Espero que só coisas boas – disse e ele riu, exibindo seus dentes brancos.
– Pode apostar que sim!
Passamos o resto da noite conversando e tomando alguns drinks. Eu estava morrendo de vontade de beija-lo, mas não iria tomar a iniciativa, queria que ele fizesse. Ele se ofereceu pra me deixar em casa, já que Candy iria dormir na casa de Joseph e eu aceitei. Quando chegamos em meu prédio, ele finalmente me beijou e eu o convidei para o meu apartamento, onde tivemos uma noite maravilhosa de muito sexo e conversas “
E quem diria, que depois dessa noite, esse homem lindo que está no cômodo ao lado, se apaixonaria por mim.
– Você está pensativa demais hoje, amor – sussurrou em meu ouvido e eu me arrepiei, suas mãos geladas tocaram minha coluna virando-me em sua direção.
Sorri e enlacei seu pescoço – não me lembro de ter te convidado para um banho, Wood – brinquei.
– Agora eu preciso de convites? – ergueu a sobrancelha e eu me aproximei mais beijando sua boca.
A água quente escorria por nossos corpos e enquanto o beijava, só conseguia pensar que preciso fazer a coisa certa. Chega de recaídas e principalmente, chega de Ian Somerhalder. Só preciso do meu filho e de Chris!
Vendo a porta bater, me afundo mais na cama. Estou confuso e completamente excitado, essa mulher me beija e me provoca e depois vai embora e me deixa assim, saindo do nada. Levanto me arrastando e vou para o banheiro, preciso de um banho e de preferência, frio. Não entendi o porquê de ela ter me beijado, confesso que esperava que demoraria mais. Não que eu esteja recusando, porque eu estava mesmo com vontade de beija-la, mas ela me confunde. Me traí, esconde meu filho e agora isso?
Termino o meu banho e saio mais relaxado, mas ainda com vontade de transar com ela. Coloquei uma roupa qualquer e deitei em minha cama. Hoje finalmente era o meu dia de folga, as filmagens para o filme irão começar semana que vem e é aí que me lembro do meu filho, porra.
– O que você quer, seu filho da puta? – A voz irritada de Matt preenche os meus ouvidos.
– As filmagens do filme irão começar semana que vem – falo nervoso.
– E daí? – disse desinteressado e isso só me irrita mais.
– E daí que agora eu tenho um filho, caralho.
– Puta merda – falou caindo na real.
– O que eu vou fazer?
– Você não disse que ia chamar ela para ir aí no seu quarto para conversarem?
– E eu chamei, mas as coisas não saíram como eu planejei.
– Pelo seu tom de voz, já sei que fez merda, né – riu alto.
– Antes fosse – revirei os olhos – quase transei com ela – falei e escutei o barulho de algo caindo no chão.
– O que? – gritou – como assim?
– Ela me beijou, cara. Quando fui ver, já estava com ela em cima de mim rebolando no meu pa...
– Certo, certo. Já entendi – falou me cortando – mas não rolou nada?
– Não, o telefone dela tocou e ela saiu praticamente correndo do quarto – falei bravo.
– Puta merda, Somerhalder. Eu disse que você ainda era doidinho por essa mulher – riu.
– Ah, vai se foder. Eu te ligo porque preciso resolver essa situação e você vem falar merda? – me estressei.
– Vou ir aí no seu quarto, espera um pouco.
Ele encerrou a chamada e suspirei, totalmente nervoso. Fui até minha mala e peguei um baseado, precisava relaxar depois disso tudo. Acendi e traguei, soprando a fumaça. Liguei para a recepção e pedi algo para comer.
– Já está fumando de novo? – Matt disse entrando no meu quarto – dá para sentir o cheiro lá de fora.
– Depois desse dia de merda, só fumando para me relaxar – falei e estendi o baseado para ele, que aceitou.
– A gata te deixou na vontade mesmo, né – riu e eu mostrei o dedo para ele. Maldita hora que fui contar para ele.
–