Vamos nos adicionar?
Às vezes, eu justificava minha sanha por roupas legais - e caras - sob o pretexto de crer na imaterialidade daquilo, como se o meu estilo falasse por mim e pela minha identidade, o que é até certo ponto uma verdade, né.
Quer dizer, eu gastava um dinheirão com roupas porque queria ficar bonita, estilosa e mostrar quem sou a partir do meu vestuário. Mas isso, sabe, resulta de vaidade.
No meu íntimo, eu admitia que resultava de vaidade, mas como que de uma vaidade dosada, equilibrada...
É verdade também que constituía um passatempo ficar olhando roupas, para, no fim, as comprar.
Mas a verdade é que... Ué, devemos sempre nos dedicar a coisas RECONHECIDAS como válidas e meritórias?
Se for o caso, devemos abolir da nossa vida tudo o que represente alívio, terapia, entretenimento, consolação...
Também precisamos de descanso. E a ideia de descanso é algo que varia conforme o gosto, conforme as inclinações...
Não quero dizer com isso que toda e qualquer atividade que signifique descanso a alguém seja legítima. Se assassinar pessoas, por exemplo, significar descanso para alguém... Aí é foda.