A noite engolia a vasta Floresta Nacional Los Padres. Só em algumas partes, que eu conseguia enxergar alguma coisa graças ao céu limpo, onde a lua parecia imponente naquele momento. Eu, claro, aproveitava a sua iluminação para iluminar o meu caminho. Passo a passo, sendo guiado pela lua e pelo instinto, rumo ao dever: abater a minha caça, a minha presa. Já fazia dias que eu a rastreava e finalmente a encontrei, escondida em uma floresta densa. Mas sempre fui um ótimo caçador. Nenhuma presa conseguia livrar-se de mim. Está em meu sangue rastrear, caçar e abatê-la sem que tenha chance de defender-se.
"Eu sei onde você está!"
Caminhei por uns 10 minutos, ouvindo a agitação dos grilos, dos morcegos, das corujas e de todos os animais noturnos. Por um segundo, sentia-me relaxado com os sons da noite. Mais a frente na clareira, avistei uma cabana. Havia iluminação interna. Com passos largos e olhar determinado, alcancei a porta e dei um chute, derrubando-a e fazendo por um instante; os sons da noite desaparecerem. Grilos, corujas, morcegos e todos os animais aquietaram-se com o estrondo da porta. A presa estava sentada, com os olhos esbugalhados, encarando-me como se eu fosse a própria morte pronta para ceifar sua vida. Com um suave deslizar do indicador, disparei. O projétil atravessou-lhe o crânio e manchou a parede rústica da cabana. Minha presa estava morta. E com ela, todas as informações roubadas de um arquivo secreto. Para mim, sempre foi mais fácil abater uma presa humana do que um animal qualquer.
Salazar Carpathia - 50 anos - CIA - Pai