Hi, meu nome é Marina. Mas podem me chamar de Nana.Ao me adicionar, certifique-se de ao menos me mandar um recado. Um simples recado. Eu não costumo e nem gosto de adicionar pessoas pela qual eu não tenha pelo menos um pingo de convívio. Se eu não te conheço, se nós nunca trocamos meras palavras nesta vida fake, por favor, fique completamente a vontade para abrir a minha página de recados e iniciar uma doce e amigável conversa. Só assim, depois que eu perceber que você realmente não faz parte desta população fake que tem preguiça até de socializar, eu lhe adiciono com todo o prazer do mundo. E depois que eu lhe adicionar, por favor, não me esqueça. Não ignore nossas conversas, não me responda com meias palavras. Não gosto e nem preciso disso. Sou dotada de uma personalidade consideravelmente forte. Não escondo a minha opinião, não tenho papas na língua. Se pretende construir algum tipo de vínculo social comigo, lembre-se de adquirir em sua vida pelo menos um dedinho de paciência para comigo. Estou sendo realista desde o momento. Não tenho a obrigação de ser simpática e gentil com absolutamente ninguém daqui. Mas sou. Mas lhe peço que por favor, não abuse. Pois eu sei ser o dobro de abusada.
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito. E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho? Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.É um pouco aflitivo pensar nisso, e imaginar que, acima dos gestos e das palavras, o sentimento talvez valha alguma coisa; e que a ternura e o bem-querer devem ter um instinto certo e tocar naquelas zonas indefiníveis da alma em que nem os analistas conseguem explicar nada. Ora, pois; mesmo às cegas, burramente, amemos!